Pequenas e médias indústrias também vão se beneficiar com a chegada do 5G, não apenas as grandes. É o que acreditam os quatro especialistas que participaram da live Os impactos do 5G na transformação digital, painel online promovido por Mobile Time nesta quarta-feira, 26: Alexandre Gomes, diretor de marketing da Embratel; Debora Bortolasi, diretora de operações comerciais e Produtos da Vivo Empresas; Michele Liguoro, diretor de vendas da Engineering; e Paulo Humberto Gouvea, diretor corporate da TIM.

Para esse nicho, Michele Liguoro, diretor de vendas da Engineering, afirmou que os processos industriais serão acelerados, os custos de Opex reduzidos e será possível “pensar em inovação e usar processos inimagináveis até então, como robótica  colaborativa e visão computacional. Aquilo que era uma quimera, pode ser viável. Mas é uma mudança de mindset junto com a tecnologia, não será o mesmo processo industrial. Haverá novas fases no processo, novas ferramentas”, comenta.

A executiva da Vivo Empresas aposta em mudanças por conta da transformação digital e não somente por causa do 5G. Bortolasi aconselha as indústrias a refletirem que seus concorrentes atuais podem não ser os concorrentes do futuro e que não é preciso esperar pelo 5G para habilitar aplicações de indústria 4.0. “A tecnologia e o processo de transformação habilitam novas formas de fazer, novos produtos e, seguramente, a indústria 4.0 não precisa esperar a chegada do 5G”, comentou.

Mobile Time Live 5G

A executiva explicou que a operadora está com projetos e estudos de caso para a adoção de private LTE para aplicações de missão crítica e para aplicações em locais de insalubridade, para proteger a vida de colaboradores, como é o caso das indústrias de mineração e petrolífera. “É uma forma de buscar mais eficiência e repensar o processo em função da adoção de novas tecnologias, de possibilidade de automação, de controles robotizados etc. Você muda a perspectiva da forma de trabalhar. Alguns dos nossos clientes da indústria 4.0 que adotaram redes privativas e que estão preparados para o 5G já estão desenhando aplicações críticas com veículos autônomos e totalmente automatizados”. Bortolasi reforçou que os exemplos servem não apenas para grandes indústrias, mas também para pequenas e médias.

O sonho da autonomia com o 5G

Assim como Liguoro, que anseia pela chegada da robótica colaborativa e da visão computacional na indústria 4.0, Alexandre Gomes, diretor de marketing da Embratel, vislumbra prover mais autonomia para a vertical. No entanto, para isso, é preciso esperar a evolução e a maturidade do setor e das aplicações, que servirão para monitorar, controlar, otimizar e prover essa autonomia. E, a partir do grau de maturidade e com base nas necessidades apresentadas pelo cliente, a fornecedora de soluções poderá chegar às aplicações necessárias para aquele caso específico. Mas, antes disso, é preciso entender que, além das aplicações, existem os pilares. São eles: espectro; infraestrutura necessária para disponibilizar o 5G; dispositivos e sensores; sistemas; e a segurança das aplicações, que perpassa todos os outros itens.

“Temos casos com um cliente que possui veículos autônomos, mas ele não conseguiu extrair o máximo dele por falta dessa infraestrutura digital habilitadora. Acreditamos que agora as coisas chegarão nesse patamar. A tendência é que as coisas melhorem no chão da fábrica”, complementou.

Paulo Humberto Gouvea, diretor de corporate da TIM, destacou que as operadoras serão as habilitadoras dessa nova revolução industrial. Ele entende que a alta velocidade e a baixa latência do 5G permitirão a adoção de aplicações de missão crítica nas indústrias, dispensando cabos e fios no chão de fábrica. Além disso, prevê que algumas indústrias vão querer a rede móvel dentro de suas plantas fabris, como redes privativas e com micro-core na borda.

Próxima live

A próxima live do Mobile Time discutirá o open banking e os desafios para uma implementação segura e eficiente. O debate discutirá como instituições financeiras estão se estruturando para atender as obrigações do open banking e desfrutar das suas oportunidades de negócios sem perder de vista a proteção de dados e a integridade das transações. Participarão Diego Oliveira, engenheiro de arquitetura e sistemas da Fortinet, João Paulo Aragão, estrategista-executivo de tecnologia para a indústria de serviços financeiros da Microsoft, e Karen Machado, gerente-executiva de open banking do Banco do Brasil.

 

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