Um projeto de lei municipal no Rio de Janeiro (Projeto de Lei nº 20/2021) prevê a criação do “Passaporte Carioca de Imunização”, que tem como meta identificar pessoas vacinadas, recuperadas, com anticorpos ou que tenham feito o teste para a Covid-19 e o resultado tenha dado negativo. O PL é de autoria do vereador Felipe Michel (Progressistas). A ideia é que, uma vez encaixada em algum desses perfis, a pessoa possa participar de eventos. O texto seria votado nesta quinta-feira, 27, mas foi adiado. Esta é a segunda vez que não há votação do PL. O mesmo ocorreu no dia 20 de maio, quando o texto seria votado.
Na justificativa, o vereador coloca o setor turístico como o mais prejudicado “por medidas restritivas, mesmo quando não são aqueles que oferecem mais riscos ao crescimento da epidemia em nossa cidade.”
O PL causou polêmica na câmara carioca. Os vereadores Tarcísio Motta (Psol) criticou a proposta. Segundo o vereador, com a circulação de pessoas nesse contexto, o vírus pode se espalhar e poderiam surgir novas variantes. “Algumas pessoas circulando como se nada tivesse acontecendo, o vírus vai acabar encontrando formas de driblar a lógica da vacinação e podemos ter variantes ainda mais letais. Ou seja, esse projeto é inoportuno, absurdo e terá meu voto contrário”, disse em entrevista à rádio CBN.
O vereador Rogério Amorim (PSL) também não concorda com o texto. “Me coloco contrário a esse projeto. E pode gerar uma certa sensação de tranquilidade na população que não é verdadeira”, disse também em conversa com a rádio.
Vale dizer que 30% da população carioca recebeu o imunizante.
O texto do PL também diz:
“Uma Cidade turística como o Rio de Janeiro tem que dispor de formas inovadoras para aquecimento da sua economia, já que assume diversos outros riscos maiores diariamente, como reabertura de comércio, transporte público e etc. O setor de eventos e turístico não pode servir como mártir e ser estigmatizado como causador ou perpetuador da pandemia”.
“O Rio de Janeiro perdeu diversas oportunidades de gerar renda este ano com o adiamento do Carnaval, Final da Copa Libertadores, fechamento de eventos, sem o menor embasamento, já que com essa medida de controle dos participantes assegura que pessoas imunes ou saudáveis participem de eventos normalmente. Medida temporária e inovadora seguida em todo o mundo”.