|Publicado originalmente no Teletime| A Starlink, empresa de banda larga via satélite do empresário Elon Musk (que também criou a SpaceX e a Tesla), atuará também em parceria com empresas de telecomunicações e já existem contratos firmados. A informação foi dada pelo próprio Elon Musk durante sua participação no Mobile World Congress 2021 que acontece esta semana em Barcelona. Musk não anunciou os nomes, mas disse que há dois acordos já fechados e outros em negociação. Os serviços da Starlink serão utilizados para atender obrigações em áreas rurais e remotas de um dos parceiros, e também para backhaul de redes de 5G, mas entre as oportunidades que Musk enxerga para a parceria também estão a distribuição dos terminais da Starlink para clientes fora da área de cobertura das empresas. Segundo Musk, o serviço da Starlink é complementar ao 5G e à fibra, e não um substituto.
Até porque é um equipamento que ainda tem um custo elevado. A antena e os equipamentos de recepção custam US$ 500 e o serviço em torno de US$ 100, e segundo Musk esse deve ser o padrão de preço em todo o mundo (a empresa já está operacional em 12 países, e ampliando), com as variações de câmbio, taxas de importação dos equipamentos e impostos. Segundo ele, a empresa perde dinheiro, já que cada terminal custa em torno de US$ 1 mil. “Estamos trabalhando em uma segunda geração que será significativamente mais barata e o objetivo é chegar a um preço em torno de US$ 300”. A expectativa da Starlink, que já tem 1,5 mil satélites em órbita baixa, é chegar a 500 mil clientes em um ano. Ao todo, a rede atual tem uma potência somada de 5 MW e 30 Tbps de capacidade. Os satélites da Starlink operam em órbita baixa (500 km) e por isso podem oferecer baixas latências, na casa dos 20 ms.
Segundo Elon Musk, o grande diferencial tecnológico da Starlink está nas antenas, que não precisam de apontamento para os satélites nem de rastreadores por utilizarem painéis eletrônicos planos tipo Phased Array, mas essa tecnologia é muito mais cara do que antenas convencionais. “É um produto que não precisa de instalação profissional. O usuário apenas aponta a antena para o céu e liga, só isso”.
A evolução da Starlink prevê ainda satélites conectados entre si com links de laser e cobertura nos polos. Segundo Musk, até ter geração de caixa positiva, a Starlink deve consumir entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões e o investimento total na operação pode ficar em valores entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões. Por isso, disse ele, o primeiro objetivo do projeto é “não ir à falência”.