Representantes da Huawei e da Telefonica defenderam, nesta quarta-feira, 30, no MWC 2021, uma regulação global para IA (Inteligência Artificial). Entretanto, Richard Benjamins, chefe de IA e estratégia de dados da Telefónica não acredita que esta implementação unificada acontecerá, por conta da diversidade de legislação entre os países. Já Leo Mikko, chefe especialista de IA e relações públicas da Huawei, colocou que esta regulação global será um caminho natural e que “facilitará muito as coisas”.
Apesar de desejarem uma lei mundial única, os especialistas do painel lembraram que há pontos sobre IA mais importantes a serem trabalhados pelas empresas, governos e sociedade civil antes de falar em legislação. “Em primeiro lugar, é preciso colocar que tipo de classificação usar, uma vez que IA tem múltiplos usos: no transporte, por exemplo, é completamente diferente da saúde, ou para o streaming. Cada um teria uma regulação diferente?”, questionou Andrew Wycoff, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da OCDE.
Para Sonia Agnese, analista sênior da América Latina da Omdia, os países da região estão preocupados com o debate de como adotar estas tecnologias em nossos mercados, considerando nossa diversidade. “O foco não é na regulação e sim no desenvolvimento do nosso mercado, dos nossos consumidores, e em como preparar nossos profissionais para esta implementação”, afirmou Agnese.
Richard Benjamins ressaltou ainda que o setor de telecom, especialmente a Telefónica, já utiliza IA há alguns anos e pode servir como referência a outros setores. Ele acredita que, por isso, as telecomunicações não serão afetadas pelos riscos de uma iminente regulação. “É preciso implementar a regulação de IA e ter princípios éticos, sem dúvida. Neste ponto, as operadoras de telecom têm muito a compartilhar. O mais importante é o mindset de quem fabrica, de quem usa, de quem produz, e de quem comercializa estes produtos. São estas pessoas que darão o tom da regulação”, disse.