A XP (Android, iOS) confirmou nesta terça-feira, 13, que não deve aderir inicialmente à fase dois do open banking no País. Durante coletiva com a imprensa especializada, os executivos do banco analisarão a evolução do sistema financeiro aberto brasileiro, antes de entrar na etapa que começa na próxima quinta-feira, 15.
“A fase 2 não é obrigatória para a XP. Não estamos em S1 e S2. Nesse primeiro momento, nós estamos praticando (o open banking) em outros aspectos, como a experiência do cliente, casos de uso para tangibilizar na ponta para o cliente. Na fase 2 não vamos nos posicionar de forma clara e agressiva, dado que não vamos nos adequar à essa etapa”, afirmou Leonardo Medeiros, head de open finance na companhia. “Podemos aderir voluntariamente (no futuro). Nós estamos estudando a estratégia de quando entrar”, disse o executivo.
Em complemento ao colega de empresa, Bruno Guarnieri, CTO e CPO da XP, afirmou que a entrada da XP na fase 2 será ainda em 2021. Explicou que não entrar nesta próxima etapa não está necessariamente relacionada à adaptação para a regulação, mas em “entregar valor” no pedido de consentimento de dados junto ao seu usuário.
Entenda
Importante dizer que, diferentemente dos grandes bancos, a XP pode optar por entrar voluntariamente na fase 2. Isso acontece devido à regulação imposta pelo Banco Central do Brasil. Na segunda fase do sistema financeiro aberto, o BC exige adesão das instituições classificadas com risco S1 e S2, aquelas com exposição e porte a partir de 1% do PIB.
A XP é atualmente uma instituição S3, ou seja, instituições com exposição e porte até 1% do PIB. Nesta categoria de risco, a entrada de uma empresa financeira na nova regulação é voluntária. “A fase 3 é obrigatória para XP. Essa nós estamos nos adequando ao regulatório”, afirmou Medeiros.
Adequação
Medeiros explicou que, comparado com outros mercados que aderiram ao sistema financeiro aberto, há um “período de acomodação” com testes de adoção, treinamentos, análise de erros e de fraudes. Lembra ainda que, diferentemente do Pix, o open banking não foi feito pelo BC e entregue para o mercado, mas é um arcabouço discutido e desenvolvido com vários players do setor.
Guarnieri entende que haverá uma “curva de adoção do mercado” no open banking. Ele prevê que o Brasil não ganhará tração e escala neste ano, só depois. Em sua visão, o sistema financeiro aberto precisa “passar antes por um período de educação” do consumidor e “apetite do sistema financeiro”. Medeiros lembrou ainda que o BC dividiu mais as fases e deixou o cronograma não tão agressivo, assim todo o mercado consegue se adaptar e acompanhar melhor as mudanças.