A Nova Oi projeta ter uma receita incremental entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão em 2024 com a oferta de serviços digitais diversos para a sua base de clientes de internet em fibra óptica. Esse montante vai equivaler a mais de 10% de seu faturamento com FTTH no referido ano, cuja previsão é de R$ 9,3 bilhões. As projeções foram apresentadas pelo CEO da companhia, Rodrigo Abreu, durante teleconferência com analistas nesta segunda-feira, 19.
A companhia pretende construir um ecossistema de parceiros para a abertura dessas novas fontes de receita em áreas diversas, incluindo saúde, educação, games, pagamentos, varejo, conteúdo e casa digital.
“Quase todas as áreas têm oportunidades gigantescas. Claro que nosso share será pequeno, mas mesmo pequeno será suficiente para a nossa estratégia de diversificação de receita, chegando a até R$ 1,5 bi de receita incremental até 2024. Essas receitas adicionais podem aumentar bastante o nosso ARPU (receita média mensal por assinante, na sigla em inglês)”, disse Abreu.
A proposta é se expandir para além da conectividade. O CEO citou exemplos de operadoras estrangeiras que seguiram um caminho parecido de diversificação de faturamento. O caso mais emblemático é o da japonesa DoCoMo, para a qual 43% da receita vem de serviços adicionais.
Ecossistema
Para atrair parceiros na construção desse ecossistema para receita incremental, a Nova Oi aposta no rápido crescimento da sua base de clientes de fibra, que deve passar de 2,5 milhões de casas conectadas hoje para 8,1 milhões em 2024. Além disso, conta com uma série de ativos que podem servir de canal de vendas ou de distribuição dos novos serviços e produtos, como a Oi Play, sua plataforma de conteúdo; o Oi Conta Zap, sua carteira digital pelo WhatsApp; o Oi Place, seu marketplace de produtos; a Oi Soluções, seu braço de soluções digitais para o mercado corporativo; a Serede, sua subsidiária com 15,7 mil técnicos de campo, garantindo acesso à casa do cliente; e o Oi Expert, seu serviço de assistência técnica remota e presencial.
Nova Oi
A Nova Oi é a empresa na qual a Oi se transformará com o encerramento da sua recuperação judicial e a venda de vários dos seus ativos, como seus data centers e sua operação móvel.
A rede de fibra óptica será separada em uma empresa à parte, a InfraCo, cujo controle será do BTG. A Oi, contudo, continuará sendo uma acionista relevante, com 42,1% de participação acionária. Na prática, a Nova Oi será cliente da InfraCo, e esta terá liberdade para vender capacidade de rede para outras empresas, incluindo concorrentes da Oi.
A Nova Oi será uma empresa focada no cliente e “asset light”, ou seja, enxuta em termos de ativos e de infraestrutura, descreveu Abreu. Ela manterá a prestação de serviços de FTTH e de serviços digitais adicionais para o cliente final. E seguirá também com a sua unidade B2B, a Oi Soluções, assim como suas subsidiárias Serede (técnicos de campo) e Tahto (contact center).
Tahto
A Tahto tem hoje 12 mil colaboradores. Ela atende a Oi, mas será aberta também para clientes corporativos da Oi Soluções, incluindo pequenas e médias empresas. Não há planos, ao menos por enquanto, de se desfazer desse ativo, disse Abreu. “A Tahto é importante porque nos permite testar novas formas de relacionamento com o cliente. Sabemos que sua estrutura de custos é significativa, mas nós a controlamos”, justificou.