A Vivo precisa ser racional na oferta de dados para evitar dar uma franquia com muitos gigabytes ao segmento errado. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, 28, por Christian Gebara, CEO da empresa, durante conferência da empresa com analistas de mercado para apresentar os resultados do segundo trimestre de 2021.
“É uma questão de achar o plano certo para o consumidor certo. Portanto, precisamos ser racionais, pois podemos dar um plano com muitos dados para o segmento errado, e assim fica difícil de migrar (do pré-pago para controle e controle para o pós-pago)”, argumentou Gebara. “Portanto, nós precisamos dar o volume correto de dados no pré-pago para que o consumidor possa pagar e migrar para o controle, com um diferente volume de dados, e, posteriormente, mudar do controle para o pós-pago”, completou.
A posição do CEO da Vivo foi uma resposta sobre se a companhia estava dando desconto demais aos consumidores da fibra ótica (FTTH) para contratar o serviço móvel junto e se isso impactou na receita média por usuário (ARPU), em uma questão levantada por um dos analistas. Gebara afirmou que não deu desconto ou baixou demais os preços, e, que a estratégia do FTTH não trouxe efeitos à ARPU da companhia. Enfatizou que não oferecem produtos e serviços “de graça”, como feito por parte de seus competidores.
“É um mercado muito competitivo. Mas nós aumentamos o preço dos planos híbridos (controle), que é uma parte importante da receita do B2C em junho, e certamente deve haver mais impacto positivo a partir do próximo trimestre”, explicou.
Receita por usuário
Gebara afirmou que o mix da ARPU mudou. Como resultado, o segundo trimestre da operadora teve variação negativa: o indicador recuou 4,3%, para R$ 26,8.
O CEO explicou que a mudança ocorreu devido à adição de mais clientes nos planos controle, que trazem uma receita menor ante o pós-pago. Outro fator que trouxe mudança à ARPU foi a redução do Auxílio Emergencial do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV 2), de uma base de R$ 600 para R$ 150.
“O importante é que a nossa base de usuários e receita está crescendo no pré e pós-pago. Olhamos com positividade a evolução do móvel e a recuperação da economia. Além disso, junho foi um bom mês para nós”, afirmou.
Conversões
No relatório do segundo trimestre de 2021, a Vivo revelou ainda que 40% dos clientes de fibra são convergentes com mobile; e o mesmo percentual de consumidores ativa seus planos com Netflix ou Disney nos pacotes acima de 300 Mbps. Dito isso, Gebara confirmou que um novo player de entretenimento deve chegar à companhia em breve para a oferta combinada de serviço de entretenimento com fibra ótica e de móvel com entretenimento (Vivo Selfie).
O CEO acredita que essas conversões entre mobile, fibra e serviços digitais do ecossistema Vivo colaboram para o incremento de suas receitas: “Mais adiante, a combinação de FTTH com mobile e a oferta de serviços digitais ajudarão a aumentar a ARPU”, previu o CEO.
Gebara também disse durante a conferência que a combinação de todos os serviços do ecossistema digital permitirá um crescimento da receita média por usuários (ARPU) e redução da saída dos consumidores (churn).