A febre do live commerce nasceu na China e começa a se espalhar pelo mundo. O empreendedor Gabriel Reginatto constatou o fenômeno com os próprios olhos enquanto trabalhava para a Alibaba em Shanghai. Ao retornar para o Brasil, se juntou a outros dois sócios, Felippe Piazza e Timóteo Gomes, para fundar a startup Alive, que desenvolveu um aplicativo para facilitar a realização de lives de vendas. Lançada em novembro de 2020, sua solução já foi usada em mais de 50 lives e conta com uma primeira marca de peso utilizando-a, a Casas Bahia. Atualmente, dez marcas estão fazendo lives recorrentes com a Alive, geralmente com frequência mensal. A expectativa é ter na carteira de clientes 50 marcas até o fim do ano.

Alive

O cofundador Timóteo Gomes em exemplo de live commerce com a solução da Alive

“O foco da Alive é desenvolver a tecnologia e o know-how de realização de lives. Queremos disseminar essa cultura no País, pois tem tudo a ver com brasileiro, que adora vídeo e interação no chat, que é uma atração à parte durante as lives”, diz Timóteo Gomes, um dos cofundadores da Alive, em conversa com Mobile Time. A pandemia acelerou o processo. “Prevíamos que essa onda chegaria aqui em quatro anos, mas a pandemia a antecipou. Antes se dizia que as pessoas não assistiam a lives no Brasil, ou que não haveria franquia de dados para isso. Agora, consumir vídeo no celular é natural”, comenta.

O aplicativo criado pela Alive é para ser usado diretamente pelo apresentador da live em seu smartphone, para a captação e transmissão das imagens ao vivo. Na plataforma, é possível antes cadastrar os produtos que serão vendidos e seus preços. É criado um link de transmissão da live, que pode ser incluído dentro do site da marca, ou de um app próprio, como faz a Casas Bahia, ou até em uma conta no Instagram. 

No celular dos espectadores, a live é aberta em uma janela de webview, através de um browser. A imagem é na vertical, ou seja, feita justamente para a tela dos smartphones. Enquanto o apresentador fala sobre o produto ou serviço à venda, é possível clicar em um botão no pé da imagem para ver o catálogo. É possível adicioná-los a um carrinho de compras e realizar o pagamento por ali mesmo, com cartão, ou ser direcionado para o WhatsApp de um vendedor, opção preferida por algumas marcas quando se trata de uma venda mais consultiva. Ao longo de sua fala, o apresentador pode, pelo app da Alive, destacar algum produto na tela para os consumidores. Há também uma janela de chat, na qual os espectadores podem conversar entre si ou mandar perguntas e comentários, muitos dos quais são lidos e respondidos pelo apresentador ao vivo. As lives de vendas costumam durar em torno de 60 minutos.

AliveCasasBahia

Live da Casas Bahia com a solução da Alive

A solução da Alive está integrada à Vtex para os pagamentos, mas pode direcionar também para um checkout de vendas da marca contratante. A startup cobra um percentual sobre o valor comercializado durante a live, que gira em torno de 5%. “Se não vender nada, a marca não paga nada. Estamos alinhados no sucesso. Queremos participar desse movimento pioneiro”, justifica Gomes. A média de conversão nas lives tem sido de 5%, informa.

O modelo está atraindo empresas dos maiores variados portes. Gomes cita o caso de uma marca de pingentes personalizados da Bahia que nasceu no Instagram e conseguiu realizar 600 vendas em apenas 40 minutos de live. Outro exemplo foi uma marca de cosméticos que teve uma conversão de 20%. O segredo, segundo ele, é incluir alguma promoção exclusiva na live, seja um desconto especial, um produto com estoque limitado, ou frete grátis. Além disso, claro, é fundamental ter um bom apresentador que saiba vender.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!