O conselheiro da Anatel Emmanoel Campelo disse que a participação de 15 empresas no leilão do 5G ficou acima das expectativas da agência. “Tínhamos alguns nomes, mas era mera especulação. Não esperava que todos entrassem. Eu diria que superou (as expectativas), pois todas as especulações se concretizaram”.
Durante o evento Inovatic 2021, organizado pelo Tele.Síntese nesta quarta-feira, 27, Cristiane Sanches, diretora jurídica da Abrint, acredita que a quantidade de empresas mostra o apetite por competição no setor. E prevê que haverá propostas para todos os blocos, inclusive com ágio, o que seria bom para a arrecadação federal.
“Esperamos todos os lotes com propostas, principalmente na região do Paraná. A região Sul estará bem servida em oportunidades. Sudeste e Centro-Oeste é natural, pensando na composição das 15 empresas. E para o Nordeste nós teremos um titular muito nítido. O Brasil como um todo terá uma oferta rápida”, disse Sanches. “(A entrega) superou as expectativas em números de empresas. Vemos uma participação bem variada, vai ter boa disputa e pode ter ágio em alguns lotes”, completou.
O representante do órgão regulador afirmou ainda que o cronograma de instalação das redes não será problema para as operadoras, assim como a limpeza da faixa de TVRO. De fato, Campello vê uma corrida das companhias para instalar “o 5G puro” no País. “Entendemos que é desafiador, mas é extremamente factível, levando em conta outros países (que instalaram o 5G)”.
Espectro
O conselheiro acredita que as propostas de uso do espectro para segurança pública não afastaram os proponentes do certame. Afirmou que a proposta “ainda está em consulta pública” para avaliar a utilização do espectro ante as tendências internacionais, especialmente com a ampliação do espectro de serviço móvel na faixa de 700 MHz e separação de uma faixa maior para segurança pública em 850 MHz.
“Essa é apenas uma proposta inicial, submetida à consulta pública e que pode ser alterada, dependendo das contribuições. Além disso, ainda que a mudança regulamentar seja efetiva, só depois avaliará a conveniência e necessidade de licitação”, afirmou Campello. “Não dava para a gente cogitar incluir essas frequências nesse leilão. Ainda que fosse do ponto de eficiência, não fazia sentido segurar o maior leilão da história por pedaços na frequência de 700 MHz”, elucidou.
O representante da Anatel disse ainda que não espera sobra de espectro. Porém, se isso acontecer, a agência deve tomar as “medidas possíveis” com base na demanda e “quantidade de espectro disponível”.