Mesmo com o anúncio da compra do Zul+ (Android, iOS) pela Estapar, o aplicativo voltado para o motorista continua entregando novos serviços à comunidade de 2 milhões de usuários. O último deles é um seguro intermitente desenhado e desenvolvido em parceria com a 180o Seguros. Disponível primeiramente para o público de Curitiba, o Seguro Zul+ | Powered by 180o é ativado somente no período em que o carro estiver estacionado na área do EstaR (Estacionamento Regulamentado) da cidade, protegendo os pertences deixados no veículo, como celular, óculos ou cosméticos.
Na prática, funciona da seguinte maneira: o motorista estaciona o carro na rua, em uma área da EstaR de Curitiba, compra o cartão para estacionar via aplicativo do Zul+ e uma mensagem aparece perguntando se a pessoa deseja comprar o seguro. Caso queira, o usuário ativa o seguro e aquilo que está dentro do seu automóvel fica protegido. O seguro intermitente custa R$ 0,49/hora e tem cobertura de até R$ 1 mil. Vale dizer que a 180o Seguros inseriu no algoritmo dados como nomes das ruas, horário de pico de roubo de carros por dia, por horário e por semana.
André Brunetta, CEO do Zul+, conta que o lançamento do produto em Curitiba foi estratégico. “O microsseguro é um produto que está pronto para rodar em outras cidades. Optamos por Curitiba por ser uma cidade que tende a ter uma adesão muito boa para novidades como essa e está rodando bem. A ideia seria lançar lá, nos munir de feedback por parte dos usuários, corrigir possíveis e evoluir antes de expandir para o Brasil e deliberar para um público mais amplo”, conta o executivo.
Caso algo aconteça, o usuário deve fazer um boletim de ocorrência e é preciso ter algum tipo de violação no veículo.
Para pedir o seguro, é preciso entrar no app e selecionar a aba “deu problema”. A ferramenta leva o usuário para o WhatsApp, onde ele pode explicar o que aconteceu para a central de atendimento da 180o Seguros. Caso prefira, existe também um 0800.
“O preço do seguro foi calculado com base no custo do estacionamento e não queríamos que fosse mais do que 50% do custo”, explica Alex Körner, CIO da 180o Seguros.
“A gente quer que as pessoas consumam seguros, fazendo produtos simples, baratos e inclusivos. O digital facilita o modelo e ele só tem uma cobertura: protege aquilo que está dentro do carro”, completa Körner.
O modelo de negócio do seguro é um percentual para a 180º, outro share para a seguradora (no caso a parceria é com a Tokio Marine) e um pró-labore para a Zul+. “O restante vai para a reserva técnica de seguros, para o pagamento dos sinistros”, diz o CIO.
A ideia é que o seguro escale e vá para outras regiões onde o Zul+ atua, como Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte, mas a empresa ainda não definiu quando.
O CIO também explica que estão pensando em outros seguros para o aplicativo, de modo a proteger outros aspectos do carro.
Vendedor
A 180o Seguros trabalha no B2B2C e atua como se fosse uma corretora e não uma seguradora. Para emitir o seguro, tem parcerias com mais de uma dezena de empresas, como Tokio Marine e Zurich. “Somos mais que um corretor porque temos tecnologia e data science. Montamos um produto personalizado para os nossos clientes e temos estrutura grande de empresa, se comparado a um corretor tradicional. As seguradoras são nossas parceiras”, explica Körner.
Recentemente, a startup capitalizou-se com investimento do tipo seed. Entre eles, Canary, Investidores Anjo, Dragoneer, Rainfall e 8VC, e angariou R$ 8 milhões. “Esse dinheiro vai para a contratação de pessoas, para aprimoramento da nossa tecnologia e ação em nossos canais. A ideia é reforçar as teses que a gente montou e escalar”, resume.