Nomo

A Nomo quer ser o Nubank das telecomunicações. A nova operadora móvel virtual (MVNO, na sigla em inglês) quer se diferenciar das teles tradicionais focando na experiência do usuário, na construção de uma marca para ser amada e no desenvolvimento de tecnologia proprietária. Para trilhar esse caminho, tem entre seus fundadores e investidores-anjo diversos executivos experientes oriundos de empresas como Stone, Nubank, Ebanx e até um ex-CEO da Oi, Ronaldo Iabrudi.

Os primeiros 200 chips da Nomo foram distribuídos na semana passada. Outros 500 devem ser enviados até a próxima semana. Há cerca de 10 mil pessoas aguardando na lista de espera, aberta em seu site. A ideia é liberar aos poucos, em blocos pequenos, para garantir uma experiência de qualidade, começando por clientes de São Paulo. O Rio de Janeiro será a segunda praça, e depois haverá a expansão gradativa para o resto do Brasil. A empresa prefere não estabelecer metas em quantidade de assinantes por enquanto.

A respeito do nome escolhido, “Nomo” é uma abreviação para “No more”, ou “não mais”, em português. A proposta é se posicionar como uma opção às grandes operadoras. “Estamos focando bastante em marca, que é tão importante quanto o produto. As três grandes operadoras têm retenção ruim. 50% do mercado troca de operadora todo ano. Mas falta uma opção para o churn. Uma nova empresa precisa ser muito forte em branding. Sua marca precisa ser um ativo”, diz Henrique Garrido, CEO da Nomo, em conversa com Mobile Time. 

Para tanto, a Nomo não pretende investir pesado em campanhas publicitárias, mas sim em uma experiência que faça dos seus clientes os seus maiores promotores. “Grande parte do nosso investimento em marketing está em criar os fundamentos da marca. Queremos estimular o cliente a falar sobre a gente. Isso acontece através de um welcome kit bacana, com uma linguagem legal; uma rede social legal, sem ‘bullshit’. Se for bom, o cliente conta para o mundo”, afirma.

A ideia é ser uma operadora simples de usar. Os planos variam de 10 GB a 30 GB por mês, com preços que ficam entre R$ 5 e R$ 6 por gigabyte. Voz e SMS são ilimitados. É feita uma assinatura, com pagamento mensal recorrente por cartão de crédito. A empresa criou uma ferramenta de “piloto automático”, que a cada três meses analisa a utilização do assinante e modifica seu plano mensal para um mais adequado ao perfil do consumidor, se necessário.

Uma próxima ferramenta a ser desenvolvida deverá tratar da questão da privacidade. O recebimento de chamadas indesejadas, por exemplo, é um dos problemas mais comuns no Brasil e que está sendo analisado pela Nomo.

Tecnologia proprietária

A Nomo tem como princípio desenvolver o máximo possível de tecnologia proprietária. Assim, criou por conta própria seus aplicativos para Android e iOS, e seus sistemas de billing e de CRM, que considera fundamentais para se diferenciar das teles tradicionais, reduzindo o problema de cobranças indevidas.

“Não detemos a cobertura de rede, mas queremos deter o máximo que pudermos de tecnologia para garantir menos atrito no uso. Não basta sermos dez vezes melhores, mas precisamos buscar um preço competitivo. Quanto mais a gente desenvolve tecnologia dentro de casa, mais enxuta fica a nossa estrutura e menor o nosso custo, pois dependemos menos de terceiros”, explica Garrido.

A Nomo está ligada à Telecall, uma agregadora de MVNOs conectada à rede da Vivo. Para fins regulatórios, a Nomo é uma credenciada da Telecall.

A startup acaba de receber um investimento de aproximadamente R$ 14 milhões, liderado pela gestora Iporanga Ventures e acompanhado pela Norte Ventures.

 

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