Uma rede social voltada para o contato entre clientes e empresas e que monetiza seus usuários quando eles se relacionam com as companhias que ali estão. Este é o principal foco da EloPag (Android, iOS), uma plataforma B2C que conecta quem quer vender com quem deseja comprar, com consentimento e em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Cada usuário é convidado a abrir uma conta que pode receber cashback depois de comprar um produto da empresa com a qual se relacionou, seja online ou no comércio físico. A EloPag está no ar desde agosto deste ano, atualmente possui 100 mil usuários e já distribuiu R$ 55 mil.
Mas não são apenas compras que são remuneradas. Qualquer ação que o usuário faça pode ter uma compensação financeira. Nem que sejam alguns centavos. Por exemplo, se o usuário compartilha um anúncio de uma empresa em outra rede social, ou se inicia uma conversa via chat da plataforma, são ações que podem ser passíveis de remuneração. E, ao juntar R$ 50 a EloPag faz um Pix para a conta do usuário.
A startup foi criada sob o formato de private by design e esperou a entrada em vigor da LGPD para começar a funcionar. “Temos o consentimento inequívoco do usuário. A pessoa entra porque foi convidada e, na plataforma nós a tokenizamos”, explica Edgard Melo, criador da EloPag. Vale dizer que apenas maiores de 18 anos podem acessar a rede.
Não é apenas no mundo virtual que a monetização com a EloPag funciona. Se alguém entrar numa loja de uma empresa parceira, e fizer uma compra, ela poderá ser monetizada. Para isso, terá um QR Code, por exemplo, para ser lido e, com isso, a rede social identifica o usuário e é possível fazer a comprovação da compra. “Queremos mostrar para o mercado que todo o dinheiro investido em propaganda pode ser repassado para os usuários”, diz Melo.
O empresário explica também que qualquer ação do usuário pode ser revestida em monetização para o usuário. Não apenas consumir um produto de uma empresa parceira. É possível oferecer cashback para quem pagou o boleto em dia, por exemplo. Ou, no caso de uma utility, se a casa passou para a bandeira verde no consumo de energia.
O canal de comunicação entre usuário e a empresa parceira na rede social acontece diretamente. Mas a companhia não pode simplesmente abordar qualquer um que esteja na rede social. Para a comunicação se estabelecer, o usuário precisa dar match com a empresa. Isso acontece quando seu nome está na base de clientes da companhia, seja porque a pessoa fez uma compra numa loja e, por isso, deu o seu CPF.
No caso, a EloPag busca o CPF do cliente e valida os dados em bases como Serpro e Receita Federal. “E, com isso, provei que essa pessoa é ela mesma e validei uma ação antifraude”, explica Melo. “E, se entrar alguém com a mesma chave, posso banir essa pessoa”, completa.
Durante a conversa com Mobile Time, Melo deu um exemplo de contato entre empresa e clientes. Uma rede de postos de combustíveis investiu R$ 1 milhão na EloPag para impactar as pessoas. A empresa quer atingir quem colocou R$ 50 no posto no último ano. Assim, quando o usuário entra no posto de gasolina, vê o anúncio da EloPag e é possível ler o código QR presente no estabelecimento para participar e receber o cashback.
Vale dizer aqui que a EloPag não precisa fazer a integração com a base de clientes da empresa. No caso, a rede de postos de combustíveis entram na própria base e puxam o CPF do cliente de lá.
Modelo de negócio
O modelo de negócios da rede social é como um pré-pago. A empresa coloca crédito na rede social, a EloPag fica com um share desse valor. A plataforma também cobra por Pix – já que ele não é de graça para empresas. Assim, dos R$ 50 que a EloPag deposita, são descontados entre R$ 4,50 e R$ 10,50 do dinheiro que iria para o usuário.