A Rede, empresa de adquirência do banco Itaú, registrou aumento de 27,5% do uso dos cartões de crédito e débito no terceiro trimestre de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado. E, ao comparar com o período de pré-pandemia de Covid-19, a porcentagem chega a 34,7%.
“É um volume crescente no período pandêmico que cai no quarto trimestre de 2020, o momento mais letal da pandemia. A gente percebe nos últimos trimestres um volume bem superior e que se mantém crescente, estando em patamares maiores do que antes da pandemia”, analisou Paula Cardoso, CEO da Rede, durante apresentação da quarta Análise de Comportamento de Consumo, nesta terça-feira, 7.
Cardoso associa o aumento ao processo de vacinação no País, que avança. Segundo a executiva, a população em torno de 65% imunizada com as duas doses, “permite que o distanciamento possa ser reduzido, com cuidado, e isso faz a economia voltar.”
Com o arrefecimento da Covid-19, os pagamentos “físicos”, ou seja, estando presencialmente nos estabelecimentos, voltam a crescer no 3T21. O valor transacionado no físico cresceu 24,1% e, no acumulado de janeiro a setembro, 23,2%. O share, atualmente, está em 78,9%.
No caso do online seu share é constante e está, no momento, em 21,1%. Em um dos períodos mais críticos da pandemia (4T20), sua fatia cresceu ligeiramente, para 23,1%. Apesar da constância, o valor transacionado registrou incremento de 42,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2020 e, no acumulado(janeiro a setembro), houve aumento de 39,6%.
“Vai voltar (do online para o presencial)? Não. Foram hábitos que vieram para ficar, porém a reabertura influencia muito no crescimento dessa proporção entre o físico e o online. De toda forma, a proporção deve permanecer estável no período pós-pandêmico”, avalia Cardoso.
Wallets
As carteiras digitais também foram analisadas pela pesquisa da Rede. No terceiro trimestre de 2021, houve um aumento de 102,2% da quantidade de transações nas e-wallets, mas o gasto médio registrou aumento modesto de 4,2%. “Não é uma mudança de comportamento. Mas é curioso entender onde as carteiras digitais estão sendo usadas”, diz Cardoso.
Isso porque, as e-wallets estão servindo como meio de pagamento em setores como alimentação, mercados e drogarias e cosméticos.
Na alimentação, o aumento é de 108,8% na comparação com 3T20, sendo que o uso pelas mulheres teve incremento de 134%, mais alto do que entre os homens (+101%)
No ramo dos restaurantes, o crescimento foi de 220,3% no ano contra ano; no mercado +64%; e nas drogarias +89,5%, com as mulheres também ajudando a puxar o crescimento do uso das carteiras digitais nesses segmentos.
No entanto, vale dizer que os homens são os que mais usam as wallets. O share por gênero está em 72% para os homens e 28% para as mulheres, sendo que, na comparação com o 3T20, houve um ligeiro aumento de 3 pontos percentuais para as mulheres.
“O uso (das e-wallets) pelas mulheres cresce. Talvez essa diferença venha a se equilibrar em algum momento, mas ainda não temos uma resposta sobre o por que dessa diferença ainda alta”, diz Cardoso.