A XP (Android, iOS) planeja trabalhar a oferta de crédito com sua base de clientes mas não deve levar a oferta para o restante do mercado tão cedo. Em live com investidores, Guilherme Benchimol, fundador e presidente do conselho da empresa, rechaçou a ideia de abordar agressivamente este segmento e oferecer empréstimo em mar aberto, ou seja, disputar de frente com grandes bancos e financeiras do mercado.
“Acelerar e oferecer crédito aos clientes que não estão na nossa base é queimar etapas”, disse Benchimol. “Entrar em segmentos para ‘esfolar’ o cliente, como cobrar 500% (de juros) no cheque especial, não combina com a nossa cultura”, disse o executivo.
Thiago Maffra, CEO da XP, por sua vez, explicou que há espaço para oferta de crédito entre seus 3,3 milhões de clientes. E que pelo fato da maioria deles serem investidores, o risco de crédito é bom: “Temos oceano azul dentro de casa para trabalhar produto de crédito, não queremos ir para mar aberto para milhões de clientes. Vamos avançando com clientes dentro de casa, risco baixo, evoluindo e avançando”, disse.
“Nosso projeto é de 20 a 30 anos. Se vamos demorar 1, 2 a 3 anos para entrar na vertical, para nós isso não é nada. Aliás, essa ideia vale para todas as linhas. Não vamos acelerar coisas que não acreditamos e que podem nos atrapalhar”, completou o CEO.
Cartão de crédito
No terceiro trimestre de 2021, a XP tinha aproximadamente 200 mil clientes com cartões de crédito que geraram R$ 94 milhões de receita e TPV de R$ 3,3 bilhões. Em crédito, a receita da companhia foi de R$ 81 milhões e a carteira de crédito chegou a R$ 8,6 bilhões.
Vale lembrar que crédito, cartão e seguros são áreas novas na XP, com menos de dois anos, assim como previdência privada.