Ericsson, Huawei e Nokia, os três maiores fornecedores de redes móveis em atuação no Brasil, devem firmar novos contratos em 5G com as mesmas operadoras para as quais implementaram a infraestrutura de quarta geração (4G). Essa é a expectativa de Ari Lopes, gerente sênior de pesquisas da Omdia, que acompanha de perto esse mercado.

Para o analista, a Nokia tem um portfólio robusto em redes privadas e ópticas; a Ericsson é forte em ondas milimétricas; e a Huawei é competitiva em eficiência energética. “Mas as diferenças são sutis, e dependem da configuração das redes”, explica. “Não há nenhuma fraqueza aparente no portfólio das três. Quem já tem contrato com Ericsson, Huawei e Nokia tende a continuar com os mesmos no 5G. Não vejo mudanças no ranking”, prevê. 

Além disso, não há nenhum fabricante particularmente mais agressivo que os demais em preço, papel que no passado foi exercido pela Huawei para conquistar share no Brasil, lembra Lopes. “Os preços estão bem próximos, então a decisão acaba sendo por relacionamento”, conclui.

A maior disputa será pelos novos players, como Winity, Brisanet e Consórcio 5G Sul. “Vai ser uma grande disputa entre Ericsson, Huawei e Nokia”, aposta.

Ainda não está clara qual será a estratégia de rede dos novos entrantes: se vão concentrar o relacionamento em um único fornecedor de equipamentos, para ter mais barganha de preço, ou se vão dividir a rede em mais de um, para ter menos dependência e ser capaz de comparar resultados.

Samsung, OpenRAN e core na nuvem

Lopes lembra que, globalmente, a grande novidade foi o avanço da Samsung nos EUA, escolhida como fornecedora de rede 5G da Verizon. Mas não há planos da sul-coreana de prover infraestrutura de quinta geração no Brasil.

Há também expectativa em torno da adoção do OpenRAN, mas essa tecnologia ainda vai levar alguns anos para amadurecer, argumenta. “Talvez comecem por áreas rurais com baixo tráfego. Se provado o valor, levarão o OpenRAN para outros cenários”, prevê o executivo da Omdia.

Mais realista a curto prazo é a migração de sistemas de TI das operadoras para a nuvem, incluindo o core das redes 5G, acredita Lopes.

 

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