O brasileiro está descobrindo um novo jeito de ter um smartphone: trata-se do “phone as a service”, um serviço de assinatura de aparelho celular. Uma das novas entrantes nesse segmento no País é a startup Leapfone, cuja operação começou em setembro do ano passado. Um dos seus diferenciais é oferecer não apenas a assinatura de um aparelho novo, mas também de dispositivos usados, que a empresa chama de “como novos”, com um preço ainda mais em conta. Atuando em beta, a Leapfone tem hoje 200 assinantes e uma fila de espera de 10 mil pessoas, dos quais 65% aguardam para alugar um aparelho usado. Da base atual de assinantes, 75% optaram por dispositivos usados, relata sua fundadora e CEO, Stephanie Peart, em conversa com Mobile Time.
“Existe essa tendência no mundo todo de troca da posse pelo uso. O software as a service passou para outras indústrias, e agora chegou ao ‘phone as a service’. O celular dura de três a seis anos, mas as pessoas trocam antes disso, em 2,5 anos, em média. Só que revender é um trabalho e as pessoas se sentem inseguras de comprar um aparelho usado”, comenta a executiva.
A Leapfone trabalha hoje com cerca de 15 modelos diferentes de smartphones de quatro marcas: Apple, Samsung, Motorola e Xiaomi. Os mais procurados são os da Apple. O aluguel de um iPhone 11 novo de 64 GB sai a R$ 269/mês enquanto o mesmo modelo “como novo” fica por R$ 189/mês, por exemplo. Todos os aparelhos usados passam por um processo de recertificação, em que “as condições estéticas e funcionais são equivalentes aos padrões de fábrica”, informa em seu site.
O contrato de aluguel dura até 30 meses. Depois dos primeiros 12 meses, o usuário pode trocar de aparelho, e a mensalidade é reajustada de acordo com o modelo escolhido. O consumidor pode também optar por continuar com o mesmo aparelho. Neste caso, ao completar 30 meses, o contrato de aluguel se encerra e o usuário escolhe entre ficar com o aparelho, que passa a ser seu, ou devolvê-lo para a Leapfone e receber como crédito em uma nova assinatura 18% de tudo o que pagou até então.
O plano de assinatura inclui seguro contra roubo e danos físicos. E a Leapfone envia junto com o aparelho um kit contendo película e capa protetora. Vale mencionar que a startup é controlada pela Pitzi, empresa especializada em seguros para celulares.
A Leapfone pretende investir R$ 15 milhões na compra de aparelhos em 2022 e espera encerrar o ano com 3 mil assinantes, informa Peart.
Perfil
O perfil médio do assinante da Leapfone é de jovens entre 25 e 30 anos, com limite baixo de cartão de créditos e que estão acostumados com o modelo de assinatura. Segundo a executiva, o aluguel de smartphone vale a pena para quem gosta de trocar de modelo com frequência e costuma fazer seguro do produto, ou para quem se preocupa mais com o valor da parcela do que com o valor final. Só não compensa para quem gosta de comprar à vista, não costuma fazer seguro e demora a trocar de aparelho, diz.