A AT&T e a Verizon informaram nesta terça-feira, 18, que não vão ligar as torres 5G perto de aeroportos por enquanto. Para a rede CNBC, a AT&T disse que está “frustrada” que o regulador aéreo dos Estados Unidos, a FAA, não teve a habilidade de fazer aquilo que outros 40 países fizeram, nos quais está liberada a instalação segura da quinta geração das redes celulares.
Por sua vez, a Verizon critica em nota à imprensa “a FAA e as companhias aéreas” por não resolverem essa questão da navegação em aeroportos, embora esteja operacional em outros 40 países.
Oficialmente, as duas operadoras ligarão suas redes 5G na banda C (3,7 GHz) nos EUA na próxima quarta-feira, 19, exceto perto dos aeroportos.
Vale lembrar, este é mais um capítulo na disputa entre o setor de telecomunicações e o setor aéreo sobre o 5G que começou a se acirrar em novembro do ano passado. Naquele mês as operadoras concordaram em seguir com uma série de alterações nas instalações da rede e manter as torres desligadas por seis meses. No começo de janeiro de 2022, AT&T e Verizon aceitaram instalar filtros nos aeroportos.
Entenda
O uso da frequência de banda C é tema de disputa entre as operadoras e a indústria da aviação. Em teoria, o uso do 5G pode causar interferência nos radioaltímetros de aviões e helicópteros, que operam na faixa de 4,2 a 4,4 GHz. Contudo, as operadoras lembraram no documento que testes de coexistência foram feitos na França e na Noruega com êxito.
Afirmam ainda que o espectro de 3,7 GHz é usado comercialmente em uma dúzia de países, como Japão, Finlândia, Dinamarca e Espanha, sem interferência entre 5G e aeronaves. Outro ponto de defesa das operadoras é que os radioaltímetros coexistem com outras redes de alta potência de rádio, como dois radares da Marinha e sistemas de telemetria móvel para ar e terra.