A prefeitura do Rio de Janeiro fez um pedido junto ao Ministério da Justiça de que fosse criado um visto específico para os nômades digitais – trabalhadores que podem trabalhar remotamente de qualquer parte do mundo, bastando apenas ter Internet de boa qualidade. No dia 24 de janeiro, o governo federal anunciou a regulamentação do tipo de visto para essas pessoas. Em troca de mensagens com Mobile Time, a presidente da Riotur, Daniela Maia, explica que a meta é transformar a cidade em um polo de referência para os nômades digitais, reunindo o estilo de vida do carioca com o trabalho.
“Nomadismo digital é uma forma de turismo do século XXI. Para fomentar o turismo de um destino hoje, é necessário estar alinhado a tendências como essa, que alia a forma de viver e de trabalhar. Para esse profissional que tem liberdade geográfica, o trabalho deixa de ser apenas uma obrigação e passa a ser uma experiência de vida”, diz Maia. “Com o pedido da Prefeitura do Rio ao Ministério da Justiça de que fosse criado um visto específico para os nômades digitais, passamos a ter no Brasil uma realidade que já é vivida em muitos países, como Alemanha, Geórgia, Bahamas… Esperamos que, a partir de agora, muitos outros interessados nesse estilo de vida e trabalho escolham o Rio para viver por algum tempo, tendo a experiência de ser carioca, e fazendo parte da economia do Turismo da cidade”, complementa a presidente da Riotur.
Atualmente, na cidade, o programa Rio Nômades Digitais tem 113 estabelecimentos conveniados, entre hotéis (63), hostels (16), coworkings e shoppings com espaço de coworking (34). Para receber o selo do projeto que identifica os locais parceiros, os estabelecimentos precisam oferecer ao usuário Wi-Fi de alta qualidade. No caso de hotéis e hostels, essa boa conexão precisa estar disponível nos quartos, permitindo que esses profissionais consigam trabalhar do Rio de maneira rápida, eficaz e sem problemas técnicos. Contudo, q prefeitura não especificou os parâmetros do que seria uma Internet de alta qualidade.
Os estabelecimentos parceiros podem oferecer descontos em hospedagem ou no uso do local, mas também pacotes mais baratos de longa permanência, como um custo menor na lavanderia, por exemplo, ou a não inclusão do café da manhã na hospedagem, de modo a dar mais liberdade à pessoa.
Perguntada sobre possíveis parcerias entre a prefeitura e as operadoras para venderem chips para os nômades digitais, Maia explica que realmente esse é um obstáculo enfrentado não apenas no Rio, mas em todo o País, uma vez que a compra do chip depende de um número de CPF. Sem entrar em detalhes, explica que o órgão está em contato com as empresas de telecom para avançar nesse ponto: “A Riotur se movimenta junto às operadoras para facilitar esse processo, não apenas para os nômades digitais, mas para todos os turistas estrangeiros que estejam na cidade.”