Brisanet

José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet. Foto: Marcelo Kahn

| Publicada originalmente no Teletime | De entrada no mercado móvel 5G, a operadora cearense Brisanet espera que incentivos para construção de redes em zonas rurais sejam estruturados pelo governo. Já o pleito da empresa por regulação para o roaming local recebeu apoio da Unifique e de outras vencedoras do leilão do ano passado.

Os assuntos foram discutidos nesta terça-feira, 5, durante o primeiro dia do Fórum de Operadoras Inovadoras promovido por Teletime e Mobile Time. No caso dos subsídios para o campo, o CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, defendeu o uso de fontes de recursos como o Fust.

“Analisando o retorno dos investimentos, para construir infraestrutura de telecom em toda a área rural tem que ter incentivos. A Brisanet está questionando se os recursos do Fust não deveriam estar destinados em parte para subsidiar pelo menos uma taxa de juros de 5% ou 6% ao ano, em um momento de Selic a 11,75%”.

Para Nogueira, outras fontes de financiamento também poderiam ser consideradas, inclusive para construção de redes LTE. Vale lembrar que além de espectro no nordeste, a Brisanet também adquiriu o 3,5 GHz regional no centro-oeste; a busca de incentivos rurais junto à Anatel e a parceria com provedores locais foram classificadas pelo CEO como chaves da estratégia para o 5G na região.

Roaming local

A possibilidade de contratação de roaming local também foi lembrada pela Brisanet, que vê o dispositivo como peça fundamental na estratégia 5G móvel das regionais. No momento, a empresa aguarda a divulgação pela Anatel de uma oferta referência negociada com as operadoras nacionais.

“Não basta o roaming local a um preço astronômico, que é o mesmo que não ter. A expectativa é que venha um valor bem reduzido. Quando fizermos o 5G nas nossas primeiras cidades, vamos precisar do roaming local nas cidades vizinhas”, afirmou Nogueira – que recebeu apoio de outros provedores regionais presentes no debate.

Unifique

Jair Francisco, diretor de mercado da Unifique. Foto: Marcelo Kahn

A Unifique, por exemplo, afirmou que vê avanço de maturidade nos dois lados durante negociação com as grandes operadoras. “Não acho que haverá barreiras. Pelo contrário, pois todos têm a ganhar e ninguém pode bancar investimentos sozinho”, afirmou o diretor de mercado da provedora catarinense, Jair Francisco.

“O Brasil tem compromissos com o 5G até 2029, então temos que buscar alternativas para encurtar o caminho, seja RAN sharing, compartilhamento ou roaming. Espero que a Anatel consiga fazer o papel de reguladora e ajude”, seguiu Francisco. Assim como a Brisanet, a Unifique tem intenção de explorar o mercado móvel 5G.

Também endossaram o coro a Ligga e a Cloud2U – vencedoras do leilão 5G que projetam a entrada no segmento móvel apenas mais para frente. “Acreditamos que a solução para o roaming dentro da área de concessão deva vir e de forma correta. Obrigar e não colocar preço é o mesmo que não obrigar. É um racional coerente para que o movimento dos provedores não fique de certa forma podado”, afirmou o diretor de novos negócios da Ligga, Lucas Aliberti.

“O DNA dos provedores está em cidades menores, mas temos fluxo de clientes para capitais e eles não podem ficar desconectados”, prosseguiu o executivo do grupo paranaense. “Se nosso cliente for para o Rio de Janeiro, ele tem cobertura, porque existe roaming fora da área de concessão, mas ele não tem se for de Maringá para Curitiba e lá não tiver rede nossa ainda”, explicou.

Gerente de novos negócios da Cloud2U, Anderson Ferreira, seguiu linha similar em defesa da definição de preços para as ofertas. “Não dá para inserir novas operações que não possam entregar o benefício ao usuário final. É importante que haja uma solução de bom senso”, argumentou

 

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