O CCO da NuvemShop, Alejandro Vázquez, prevê que o mercado brasileiro de marketplaces em comércios eletrônicos passará por consolidação em médio e longo prazo. Durante o evento Tech Founders do Itaú BBA nesta quinta-feira, 7, o executivo afirmou, contudo, que esse movimento não impedirá o desenvolvimento de marketplaces de nicho, uma demanda em alta no País.
“Veremos a tendência de marketplace de nicho. Mas em médio e longo prazo, eles vão se concentrar. Hoje, temos quatro a cinco players relevantes. Nos Estados Unidos é apenas a Amazon. Na Argentina é o Mercado Livre. Esse mercado vai se concentrar novamente no Brasil. Porque é complexa a força de geração de demandas no mercado. Mas no caminho veremos nichos que o lojista poderá aproveitar”, afirmou.
Neste cenário, Kai Schoppen, CEO da Infracommerce, afirmou que “quem quiser começar em marketplace hoje tem que achar o seu espaço”. Assim como Vaázquez, Schoppen estima que haverá consolidação “nos próximos dez anos” para que as grandes mantenham o ritmo de crescimento de 30 a 40% ao ano. “Mas a cada ano, o e-commerce fica mais difícil e disputado, independente se é pequeno, médio ou grande”, completou.
Brechas
Enquanto a consolidação não vem, o CCO da NuvemShop acredita que a comodidade da compra online, introduzida a partir do distanciamento social durante a pandemia do novo coronavírus permitirá um crescimento do nicho ao lado de outra vertente, a venda direta do lojista ao consumidor, também conhecida como direct-to-consumer (D2C).
Schoppen explicou que hoje o direct-to-consumer cresce mais no marketplace do que entre lojista e consumidor e que responde atualmente por 25% do total de vendas. Isso ocorre porque “os grandes players começaram a correr com seus e-commerces nos últimos anos”, disse o executivo. Por outro lado, os pequenos ainda estão desenvolvendo seus canais online.
“A grande mudança de paradigma no Brasil, é que as empresas tinham apenas um centro de distribuição para o e-commerce, e isso estava bom para eles. Nos EUA, só a Amazon tem 80 [estimativa]. Mas eles perceberam que se você encurta a distância, é possível levar mais produtos e alcançar mais a população. Isso será uma estratégia para aumentar o tíquete médio e apoiar esses consumidores que entraram nos últimos dois anos”, afirmou Schoppen.
Para Thiago Dalvi, CEO da Olist, a pandemia trouxe um nível de conveniência jamais visto, algo que forçou a evolução dos marketplaces e de todo o setor de e-commerce. Dito isso, o executivo acredita que ainda há um trabalho a ser feito pela maioria dos lojistas em infraestrutura: “Quem fez, se juntou com algum ou fez o seu próprio. O mercado (como um todo) está começando a construir essa infraestrutura. Entregar same-day, next-day e em poucas horas, isso vai virar commodity. Hoje é um valor para os marketplace, no futuro não será”.