Apple

Tim Cook durante evento da empresa em Nova York (crédito: Apple)

A Apple registrou US$ 59,5 bilhões de lucro líquido no primeiro trimestre de 2022, um crescimento de 14% ante US$ 52 bilhões de um ano antes. De acordo com relatório financeiro divulgado na noite desta quinta-feira, 28, os gastos operacionais no período foram da ordem de US$ 25 bilhões, alta de 20% contra US$ 21 bilhões do primeiro trimestre de 2021.

No total de receita, a companhia saltou de US$ 201 bilhões para US$ 221 bilhões, incremento de 10% na comparação ano a ano.

Produtos e serviços

Nos recortes dos ganhos, a receita com produtos Apple subiu de US$ 168 bilhões para US$ 181 bilhões, aumento de 8%; por sua vez, a divisão de negócios de serviços passou de US$ 32,5 bilhões para US$ 39 bilhões, alta de 20%. De acordo com Luca Maestri, CFO da Apple, o mês de março marcou um novo recorde na companhia em vendas de serviços e iPhone, Mac, wearables, casa conectada e acessórios.

Vale lembrar, a companhia não revela os dados de vendas discriminadas de serviços como Apple Music, Apple TV+, App Store e iCloud. Mas Maestri revelou que a Apple tem 825 milhões de assinantes no acumulado de seus serviços, sendo que 165 milhões entraram nos últimos 12 meses e que o crescimento da receita de serviços se deu por App Store, Apple Music, Apple Care, serviços de nuvem, serviços de pagamento e publicidade em vídeo.

Por produto, o iPhone foi aquele que gerou mais receita, US$ 122 bilhões, alta de 8% contra US$ 113,5 bilhões do primeiro trimestre de 2021. Os computadores Mac renderam US$ 21 bilhões em vendas, incremento de 16,5% contra US$ 18 bilhões de um ano antes. Os vestíveis saltaram de US$ 21 bilhões para US$ 23,5 bilhões, 12% de crescimento ano contra ano. A única categoria de produtos que teve queda foi em iPads, de US$ 16 bilhões para US$ 15 bilhões, queda de 2% por problemas na cadeia de suprimentos.

Regiões

Dos mercados em que a Apple atua, as Américas respondem por US$ 92 bilhões das receitas, alta de 15% contra US$ 80 bilhões do primeiro trimestre de 2021. Na Europa, a empresa registrou um crescimento de 6%, de US$ 50 bilhões para US$ 53 bilhões. Na China, o aumento foi 13% com US$ 44 bilhões em vendas, ante US$ 39 bilhões de um ano antes. E o resto da Ásia Pacífico teve 6% de aumento, ao saltar de US$ 16 bilhões para US$ 17 bilhões.

O Japão foi a região com recuo nas vendas, ao reduzir suas receitas de US$ 16 bilhões para US$ 15 bilhões.

Análise do resultado

Ao Mobile Time, Natan Epstein, sócio da Catarina Capital, disse que o resultado foi bom e espera por uma resposta positiva do mercado sobre as ações da Apple. Afirmou ainda que o lucro por ação ficou em US$1,52, ou seja, 6% acima das expectativas dos analistas e que a empresa segue “gerando um valor extremamente alto de caixa”.

“A Apple continua com um volume de caixa significativo: mais de US$ 190 bilhões, espalhados entre diferentes ativos”, explicou.

E, em relação aos serviços, que crescem na casa dos dois dígitos, Epstein estima que o aumento continuará robusto nos próximos trimestres.

Neste cenário, o executivo prevê que a empresa continue a fazer recompra de ações e o pagamento de um pequeno dividendo no futuro.

Efeitos

Sobre os resultados negativos no Japão, Epstein afirmou que o recuo reflete mais problemas de crescimento da Apple no Japão, portanto, não vê relação do avanço do novo coronavírus na Ásia.

Ainda assim, Epstein acredita que os problemas no supply chain com o novo lockdown na China poderá afetar a receita da Apple no segundo trimestre de 2022: “Apesar de a demanda permanecer bastante forte, deve haver algum atraso na entrega de produtos por paradas na China. Isso afetará o resultado do próximo trimestre entre US$ 4 bilhões e US$ 8 bilhões”, estima o especialista.

Epstein prevê ainda que a guerra na Ucrânia x Rússia também deve afetar resultados na Europa na próxima divulgação de resultados, em especial pelo boicote da Apple ao governo do presidente russo Vladimir Putin.

 

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