As ações do Twitter (Android, iOS) vêm caindo desde que Elon Musk anunciou a compra de 9% das ações da rede social. No dia 25 de abril, data em que comunicou a aquisição da empresa por US$ 44 bilhões, a bolsa registrou um respiro, o papel subiu e foi vendido a US$ 51,7. No entanto, nesta segunda, 16, as ações caíram 7,7% na comparação com sexta-feira, 13, para US$ 37,5, ficando abaixo do preço de fechamento de US$ 39,31 em 1º de abril, o último pregão antes de Musk revelar sua participação minoritária no Twitter. Vale lembrar que, na sexta, o bilionário suspendeu o acordo de compra do Twitter até que se descubra mais detalhes sobre contas falsas e o quão difundidas elas estão na plataforma, o que fez as ações caírem ainda mais.
Em resposta, Parag Agrawal, CEO do Twitter, afirmou em um tweet nesta segunda-feira, 16, que estimativas internas da empresa apontam que existem menos de 5% de contas de spam na plataforma.
Agrawal disse que a estimativa do Twitter, que permanece a mesma desde 2013, não pode ser reproduzida externamente, dada a necessidade de usar informações públicas e privadas para determinar se uma conta é spam.
O bilionário respondeu ao executivo com um emoji de cocô e em seguida questionou: “Então, como os anunciantes sabem o que estão recebendo pelo dinheiro? Isso é fundamental para a saúde financeira do Twitter”, escreveu.
https://twitter.com/elonmusk/status/1526246899606601730
Especulações
Os investidores estão despejando as ações no mercado com a preocupação de que Musk abandone seu acordo no final de abril para comprar o Twitter por US$ 44 bilhões, ou US$ 54,20 por ação.
De acordo com a CBNC, as quedas das ações fizeram com que o Twitter ficasse avaliado em pouco mais de US$ 29 bilhões, ou cerca de US$ 15 bilhões abaixo do preço de compra acordado por Musk.
Para Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, os especialistas têm ficado cada vez mais descrentes com relação à efetivação do negócio e que o movimento de Musk está atrelado a especulações.
“O papel flutua conforme a boataria da efetivação ou não da aquisição do Twitter pelo Musk. Então, o papel vai flutuar muito mais pelo ‘hype’ sobre o evento de mercado do que efetivamente sobre os fundamentos do papel. Estava nos Estados Unidos semana passada e encontrei com a turma que está no ‘calor’ do dia a dia das transações de tecnologia e a máxima de quem vive desse tipo de atividade é de que foi um movimento especulativo, muito mais relacionado ao ‘exotismo’ de algumas ações de comunicação do Musk do que algum tipo de sinergia com a rede de negócios que ele já detém hoje ou tipo de interesse mais estratégico”.
“Não dá para ter certeza sobre isso também, mas o que dá para saber é que o papel vai flutuar demais e que é um momento, tanto para quem não gosta de especulação quanto para quem é especulador, de ficar completamente distante de um papel que tem esse tipo de comportamento, de alta de 10%, queda de 20%… Diria que os especialistas de mercado têm ficado bastante descrentes com relação a qualquer tipo de efetivação do deal”, prosseguiu o CEO da Catarina Capital.