Com novo aporte de US$ 70 milhões que recebeu do fundo norte-americano Warburg Pincus, a Take Blip vai acelerar sua atuação no exterior. A companhia brasileira pretende escolher três mercados para concentrar seus esforços internacionais em uma primeira fase. Um deles já está escolhido: os EUA, onde a Take Blip já conta com uma empresa criada anos atrás, quando fez uma primeira tentativa de internacionalização.
“Os EUA é o mercado mais importante do mundo. As grandes marcas globais estão lá”, comenta o CEO da Take Blip, Roberto Oliveira, em conversa com Mobile Time. Ele acredita que o uso do WhatsApp por empresas para a comunicação com consumidores no Brasil vai acontecer também nos EUA, mais cedo ou mais tarde.
Além dos EUA, a Take Blip pretende selecionar outros dois mercados entre países da Europa, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico onde o WhatsApp é forte, mas já descartou a Índia. “A expansão natural para a gente seria seguir o WhatsApp. Estamos olhando os mercados onde o WhatsApp tem dominância semelhante ao Brasil. Mas já descartamos a Índia porque o preço é muito baixo, apesar do volume alto. Não queremos a índia”, explica. Ele citou entre as opções em análise: Alemanha, Reino Unido, África do Sul, Emirados Árabes e Indonésia.
Vale lembrar que a plataforma da empresa para a construção de contatos inteligentes (ou chatbots) já está disponível globalmente, com usuários em mais de 100 países. Clientes pagantes, contudo, há apenas em 21 países. Hoje praticamente 100% da receita ainda provém do Brasil. Mas, com a aceleração dos esforços internacionais, a intenção é de que a médio prazo o faturamento nacional represente menos da metade do total, diz o executivo.
Estratégia
Dentro da sua visão estratégica, a Take Blip aposta que as grandes plataformas de mensageria presentes no ocidente vão ganhar mais relevância na relação entre marcas e consumidores, tal como aconteceu com o WeChat na China. E a empresa entende que está bem posicionada com os três grandes players desse setor: Meta, Apple e Google.
“As plataformas de comunicação estão evoluindo para serem transacionais e estão se tornando sistemas operacionais. É uma mudança de paradigma. Acreditamos que o que aconteceu na China vai acontecer aqui, mas depende de as plataformas de comunicação evoluírem nesse sentido”, resume Oliveira.
IPO e consolidação
Paralelamente, a Take Blip segue aprimorando os seus processos internos e padrões de governança para estar pronta para uma possível abertura de capital no futuro. “IPO é uma decisão que vai depender das condições de mercado e de outras alternativas. Esse mercado (de chatbots) vai ter uma consolidação a nível global. Podemos consolidar ou sermos consolidados. Mas o cenário atual é que enquanto estivermos crescendo nessa velocidade não faz sentido nem vender nem fazer IPO”, avalia.
Super Bots Experience
O CEO da Take Blip participará do painel de abertura do Super Bots Experience 2022, ao lado de Fábio Ferreira, diretor de negócios para América Latina da Kore.ai; Flávia Nassif, CEO da DialMyApp; e Rafael Souza, CEO da Ubots. O painel discutirá tendências do mercado de robôs de conversação. O evento, que chega este ano à sua oitava edição, é organizado por Mobile Time e acontecerá nos dias 16 e 17 de agosto, no WTC, em São Paulo. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis em www.botsexperience.com.br