Antes mesmo da regulamentação da telemedicina veterinária sair do papel, o que aconteceu no fim de junho deste ano, a Televets (Android, iOS) foi a primeira empresa a receber uma autorização especial do Conselho Federal de Medicina Veterinária, há cerca de um ano, para oferecer teleorientações a tutores sobre seus animais. A startup fornece orientações sobre saúde, bem-estar, comportamento, nutrição, criação, ambiente, prevenção de doenças, estilo de vida e documentações de cães e gatos.
Atualmente, a Televets está presente fisicamente em Belo Horizonte e São Paulo, onde ficam os médicos veterinários, tem 5 mil clientes cadastrados e, desde março de 2021, quando iniciou sua operação, realizou 5 mil atendimentos. Os sócios investiram R$ 1,5 milhão na empresa e, recentemente, receberam um investimento anjo em troca de 40% de participação acionária – mas ainda não pode ser revelado o nome do investidor nem o valor do aporte.
Segundo Vinicius Meyer, CEO e um dos sócios da Televets, o breakeven está projetado para acontecer em janeiro de 2023 e o lucro deve chegar até o fim do ano que vem.
Como modelo de negócio, a Televets oferece um plano de assinatura, que pode ser mensal (R$ 19,9) ou anual (R$ 14,9/mês), mas também é possível fazer orientação avulsa por R$ 29,9.
Em conversa com Mobile Time, Meyer explica que a startup nasceu a partir de uma conversa com o sócio e amigo Ricardo Cabral, sócio de uma empresa de telemedicina humana há cerca de 10 anos.
“Quando começamos a pensar na startup, no fim de 2020, em plena pandemia, entendemos que, mais cedo ou mais tarde, o uso das tecnologias seria um caminho sem volta”, explica Meyer. A empresa, então, iniciou suas atividades com orientações, o que era possível à época. “Sem infringir regras do conselho”, ressalta o CEO.
Os sócios, então, desenharam a Televets para fazer a teleorientação, contrataram o desenvolvimento da plataforma, contrataram médicos veterinários e os treinaram.
“Fomos ao CMV (Conselho de Medicina Veterinária) e mostramos que não estávamos infringindo a lei nem o código de ética. E estávamos vedados a dar diagnósticos e prescrições médicas”, explica Meyer. Em contrapartida, o Conselho enquadrou a Televets como uma empresa de consultoria veterinária.
Os atendimentos podem ser feitos 24h/7 e acontecem pelo aplicativo da Televets. O tutor escolhe como a consulta vai se dar, se por vídeo ou somente áudio. Ao demonstrar durante conversa com este noticiário, Meyer apenas clicou em um botão e em pouco tempo apareceu uma médica veterinária para nos atender. Tudo bem simples e rápido.
O foco da startup é o B2C, mas a Televets também oferece seus serviços em formato white label para planos de saúde, por exemplo.
Com a regulamentação da telemedicina veterinária, a Televets está apta não só a fazer teleorientação como também teletriagem. Para teleconsulta, a empresa ainda precisa estudar a viabilidade, uma vez que a lei exige que a primeira consulta seja presencial, o que limita a atuação da startup a Belo Horizonte e São Paulo, onde estão localizados seus profissionais. Com a RPVAR (Relação Prévia Veterinária-Animal-Responsável), a Televets poderia oferecer outros serviços como teleconsulta, telemonitoramento, teletriagem, teleinterconsulta e telediagnóstico.
“Estamos estudando as maneiras de como atuar nas teleconsultas. É uma questão de estratégia empresarial de como fazer e verificar se vale financeiramente. É um passo grande, mas agora vamos alinhando e vendo as demandas para adequar a prática. Isso (a RPVAR) não deve ser definitivo. Com todos usando, na prática, vão surgir dúvidas e soluções e a comunidade vai trazer as melhores soluções para o benefício do animal, do tutor e do veterinário”, avalia Meyer.