O diretor para digitalização da Cisco Brasil, Rodrigo Uchoa, acredita que a companhia pode contribuir para a Estratégia de Segurança Nacional. Em conversa com a imprensa especializada durante o lançamento de duas ações para o setor de inovação nesta quinta-feira, 29, o executivo explicou que, embora a estratégia do governo tenha temas complexos, como infraestrutura crítica e segurança nacional, a companhia acredita que pode colaborar com o debate.
“O grande desafio da Segurança Cibernética do País é a colaboração. Tem que trazer todo mundo para a mesa. Independente se é pequena empresa, grande, academia, privado, público. Até parceiros externos”, disse Uchoa, ao lembrar que um trabalho similar foi feito nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “Temos um norte na defesa cibernética, mas precisamos de mais agilidade”, relatou.
Vale lembrar, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) prometeu enviar a minuta com a Estratégia para o Senado. Mas até o momento, não o fez. Neste mês de setembro, o general Carlos José Russo Assumpção Penteado, secretário-executivo do GSI, explicou que o rascunho será enviado ainda este ano e vai propor a criação do Conselho Nacional de Segurança Cibernética e do Sistema Nacional de Segurança Cibernética.
Fernando Zamai, gerente de vendas em cibersegurança na Cisco, afirmou que, mesmo sem a minuta da política dedicada à segurança cibernética, o Brasil ainda está mais avançado no tema que outros países da América Latina. Lembrou o caso recente da Costa Rica, que teve um apagão digital no governo após um ataque hacker que pediu resgate (ransomware) em maio deste ano.
Agência
Questionado, Uchoa afirmou que a minuta poderia incluir uma agência dedicada à cibersegurança para olhar “não apenas a privacidade e os dados”, mas o todo, similar ao Centro Nacional para Pronta Resposta e Estratégia em Cibersegurança do Japão (NISC). O diretor da Cisco acredita que a cibersegurança pode contribuir com o desenvolvimento de setores como as pequenas e médias empresas.
“Conversei recentemente com Bruno Portella, secretário para pequenas e médias empresas do Ministério da Economia. Ele falou da preocupação com segurança para PMEs”, relatou o diretor da Cisco. “Essas empresas (PMEs) ainda não têm maturidade tecnológica das grandes, mas estão se digitalizando e precisam se proteger”, concluiu.