Deepfake, técnica que permite manipulação de vídeos por meio de inteligência artificial, já é usado em uma série de golpes como criação de uma identidade falsa, usar a imagem de uma pessoa morta para continuar com seus benefícios (pensão) e até fazer entrevista falsa de emprego. É o que alertou Alexandre Nery, gerente de soluções de autenticação e prevenção a fraude da Serasa Experian, durante o Mobi-ID, evento organizado por Mobile Time nesta quarta-feira, 19.
Citando dados de uma pesquisa recente da Sumsub, Nery lembrou que 80% das tentativas fraudes no Brasil ocorrem na validação de identificação e que 5% delas já estão relacionadas ao deepfake. O executivo explicou que o deepfake tem avançado pela tecnologia estar mais próxima do usuário, em hardware e softwares de códigos abertos. Em média, um computador de R$ 15 mil com placa de vídeo e processador avançado permite a qualquer pessoa criar deepfakes. O gerente da Serasa Experian afirmou ainda que há tutoriais na Internet que ensinam qualquer pessoa a fazer as alterações.
Embora a tecnologia esteja ganhando mais notoriedade pelos golpes digitais, o executivo analisa que também é possível utilizá-la nas artes e entretenimento, como os apps Reface e MyHeritage. Na visão de Nery, o deepfake pode ser usado para o “bem ou para o mal”.
Para a próxima evolução do deepfake, a tecnologia caminhará para converter texto em imagem por meio de padrões abertos, como o Dall-E2, Midjourney AI e Meta AI text-to-video.
Como se proteger
O especialista afirmou que “não existe bala de prata” para se proteger de golpes com deepfake. Para ele, o interessante é ter camadas de proteção, com análise de documento, verificação de dispositivo, informações de cadastro e dados históricos do usuário, além de biometria. Entre as linhas de defesa, ele citou:
- Device intelligence: para ver se o aparelho é confiável;
- Media compliance: analisa se o dado gerado pelo celular é confiável;
- Algoritmos – verifica se alguma regra dado invalida o dado;
- Inteligência artificial – modelos de aprendizado de máquina que analisam a veracidade dos dados.