As startups brasileiras captaram em outubro US$ 376,4 milhões em um total de 54 rodadas de investimento. O mês foi o melhor resultado desde junho deste ano, de acordo com os dados do estudo Inside Venture Capital, da plataforma de inovação Distrito. O número representa um aumento de 159% em relação aos US$ 145,3 milhões de investimentos captados em setembro em 42 rodadas.
Ao comparar outubro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o resultado ficou bem abaixo, quando as startups receberam US$ 924,8 milhões em 80 rodadas.
Ao longo de 2022, os investimentos atingiram US$ 4,1 bilhões, com 557 rodadas. Em comparação com o ano passado, os 10 meses deste ano captaram cerca de metade do que foi realizado no mesmo período de 2021: US$ 8 bilhões em 705 deals.
Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, atribui a redução de investimentos a uma menor liquidez no mercado, puxada pelo ciclo de alta de juros no mundo e o ajuste no valor de mercado das empresas de tecnologia.
Apesar de um número aquém na comparação com 2021, Gierun acredita que o mercado de venture capital no Brasil é resiliente.
Entre os destaques estão os investimentos (seis) em operações em estágios de série C em diante, tendo tíquete médio de US$ 36,3 milhões. Na comparação com setembro, o número de rodadas neste nível foi de duas, com tíquete médio de US$ 39,1 milhões.
Destaques
As fintechs foram as startups que mais levantaram capital: US$ 250,2 milhões, em 18 rodadas. A Cerc, primeira registradora de recebíveis autorizada a operar pelo Banco Central, captou US$ 100 milhões em uma rodada série C liderada pelo Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, e que contou ainda com recursos do Valor Capital. Outra fintech, o bureau de crédito Quod, levantou US$ 80 milhões junto à LexisNexis Risk Solutions, empresa de avaliação de risco.
Fusões e aquisições
Ao longo de outubro, o estudo do Distrito detectou 10 fusões e aquisições – o que representa uma estabilidade na comparação com setembro (11), mas queda ano contra ano (30). A maior transação foi a compra de 75,1% da Isaac, que atua na gestão do fluxo financeiro de escolas, pela Arco Educação, dona dos sistemas de ensino COC, Ari de Sá e Dom Bosco, por US$ 150 milhões.