A prefeitura do Rio de Janeiro lançou a pedra fundamental para a construção de um hub de inovação e educação na região do Porto, no Centro da cidade. Batizada de POMAR – Porto Maravalley – a iniciativa pretende reunir startups, empreendedores e mão de obra especializada em um espaço de 10 mil metros quadrados. A prefeitura desembolsou R$ 30 milhões para as obras, cuja previsão é de que fique pronta ainda no primeiro semestre de 2023.
O Porto Maravalley pretende reunir em até dois anos 200 startups e 1 mil empreendedores em um modelo híbrido, ou seja, presencial e remoto, priorizando as seguintes verticais: biotech; economia criativa; educação; energia; financeiro; tecnologia; telecomunicação; turismo; saúde e varejo.
“O POMAR será um divisor de águas para a economia do Rio de Janeiro. Queremos que a cidade seja a capital da inovação”, afirma Chicão Bulhões, secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação da prefeitura.
Para gerar mão de obra qualificada, o espaço contará com a primeira graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (conhecido por sua pós-graduação), a IMPA Tech. O bacharelado de quatro anos pretende formar profissionais com ênfase em quatro verticais: Matemática, Ciências da Computação, Ciência de Dados e Física.
A proposta é priorizar os estudantes de escolas públicas que já passaram pelas Olimpíadas de Matemática – organizadas pelo IMPA – de modo a contemplar estudantes de todo o País. Os adolescentes que vierem de fora possivelmente ganharão uma bolsa e uma verba de alojamento para estudarem no IMPA Tech.
Além da parceria com o IMPA, o projeto conta com empresas como Americanas, Rede D’Or e Transferro e institutos como o de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), Visagio e Movimento Brasil Competitivo.
“Não há muita alternativa: ou nos qualificamos e avançamos, ou dificilmente vamos conseguir encontrar o nosso lugar no tempo e no espaço”, afirmou Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio.
Paes também explicou que o aporte foi todo da prefeitura, mas o gerenciamento e a manutenção da estrutura, quando estiver pronta, serão responsabilidade de uma associação de empresas e institutos parceiros, de modo a não ser interrompido por uma outra gestão pública. “Aportamos o que é necessário com governança tocada pelo setor privado. É o que a gente deseja para o Rio. O ganho da cidade é o ganho público, não é o ganho estatal. Não podemos ficar sujeitos aos humores dos políticos que surgem aqui e acolá. Aportamos o que é necessário, mas o processo precisa de continuidade”, completa.
Iniciativa não é de hoje
O projeto é parte do objetivo da Prefeitura de transformar o Rio na capital da inovação e tecnologia. Ele se junta a outras iniciativas como o Programadores Cariocas, Sandbox Regulatório, Crypto Rio, Lei da Liberdade Econômica, entre outras.
Bulhões lembrou que o Rio de Janeiro já tem alguns pontos importantes para atrair startups e empresas inovadoras: o 5G já passa pela região do Porto, com o cabeamento completo; a cidade promoveu por meio da Alerj uma redução de 5% para 2% na alíquota do ISS para empresas de tecnologia que se estabelecerem na região; e a prefeitura deverá inaugurar o Terminal Rodoviário Gentileza – terminal ainda maior do que o existente – de modo a aprimorar a mobilidade urbana da região que já conta com a presença do VLT.
Para completar, o entorno do POMAR receberá seis novos residenciais, já licenciados, para 13 mil moradores, transformando ainda mais a região, o que deve acontecer nos próximos quatro anos.