A BLU é uma marca norte-americana de smartphones fundada em 2009 por uma família de imigrantes brasileiros que moram em Miami. Com presença nos EUA e em vários países da América Latina, a BLU chega oficialmente ao Brasil este ano, com produção na Zona Franca de Manaus em parceria exclusiva com a LuxPay, uma fabricante de máquinas de POS que agora entra no mercado de smartphones, e distribuição da Allied. A marca BLU chegou a ser vendida no País muitos anos atrás, mas os aparelhos eram importados e não havia um controle dos processos por parte dos fundadores da empresa nos EUA.

“Agora é a nossa primeira real entrada como BLU no Brasil. Queremos gerar empregos e fortalecer a indústria dentro do País. Teremos assistência pós-venda. Vamos ter tudo dentro do País, feito por nós e controlado por nós”, esclarece Carolina Rolim, CFO da BLU, em conversa com Mobile Time.

Embora o Brasil seja um mercado extremamente competitivo, liderado por Samsung, Motorola e Xiaomi, a BLU enxerga espaço para ser conquistado, especialmente depois da saída da LG. A companhia se posiciona com modelos de entrada e gama média: seus três primeiros aparelhos vendidos no País, B2, B6 e B9, estão precificados entre R$ 999 e R$ 1.699. Seu grande diferencial é a inclusão de diversos acessórios na embalagem, estratégia apelidada de “caixa completa”. 

“A tendência do mercado é ter cada vez menos coisas dentro da caixa. Tiraram o cabo e o carregador. Daqui a pouco nem caixa vai ter mais: o celular vai vir em um saquinho. A gente entrega a solução inteira. O consumidor não precisa gastar com mais nada. Tem headphone Bluetooth com excelente qualidade, capa antichoque, protetor de tela, cabo, carregador, um adesivo legal para quem tem orgulho de ter um BLU. São quase R$ 300 a mais de valor que oferecemos. Enquanto as outras marcas tiram valor, a gente agrega valor”, explica a executiva.

O público-alvo da BLU são pessoas que querem um bom aparelho, mas que não estão dispostas a pagar caro por isso. “É gente que não quer gastar tanto em celular para poder gastar em outra coisa, como uma viagem”, compara.

Projeção e tendências

A estimativa da BLU, com base em dados de consultorias de mercado, é que sejam vendidos em 2022 no Brasil cerca de 38 milhões smartphones, com uma receita total da ordem de R$ 56 bilhões. Sua intenção é conquistar uma fatia pequena do mercado e crescer aos poucos.

“Queremos construir uma fundação forte. Não podemos dar um passo maior que as pernas. O mercado é muito grande. Se a gente tiver 2% disso, a BLU estará no caminho certo. Queremos conquistar a confiança do consumidor com a nossa qualidade. E depois organicamente vamos crescendo”, diz Rolim.

Para 2023, a empresa não abre quantos novos modelos pretende lançar. A única certeza é que terá seu primeiro aparelho com 5G. Paralelamente, a companhia acredita que o mercado nacional tem demandado cada vez mais memória interna. “Smartphone de 64 GB será produto de entrada no ano que vem no Brasil. E até 2025 os smartphones com128 GB serão os mais importantes em vendas”, projeta Thiago Jurcovice, gerente comercial da LuxPay.

B9

B9, um dos três smartphones lançados pela BLU no Brasil (Crédito da imagem: Divulgação)

 

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