No mundo da Internet, as mudanças chegam na velocidade de um clique. Assim como o 4G transformou o cenário digital brasileiro, o 5G agora promete inovações ainda maiores. Com foco em maior largura de banda e maior velocidade de download, a quinta geração de tecnologia para redes móveis busca expandir seu campo de modo a prover também serviços gerais de rede, competindo com os fornecedores de acesso à Internet (ISPs) já existentes. Além disso, a capacidade dinâmica do 5G também abre possibilidades para novas aplicações em IoT (Internet das Coisas) e em M2M. O sinal é claro: essa não é uma tecnologia que vai passar despercebida.

Por mais que uma vez o 4G já tenha parecido extremamente vantajoso quando comparado com seu antecessor 3G, há um aspecto na tecnologia 5G que a diferencia de todas as outras — a sua capacidade de manter uma banda larga robusta e com alto nível de confiabilidade enquanto mantém uma baixa latência (ou seja, uma redução considerável no tempo entre estímulo e resposta na rede). De fato, atualmente o 5G consegue ser até 100 vezes mais rápido que o 4G. Tanta engenhosidade só é possível por conta do um aumento na frequência das ondas de rádio utilizadas, e do design específico de antena que as células de rede 5G possuem.

Essas características e inovações permitirão uma expansão do uso de rede para diversos serviços, em especial para campos que exigem aplicações sensíveis, como a área da saúde. Desde seu lançamento mundial em 2018, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) já definiu três grandes áreas de aplicação para o 5G: Banda Larga Móvel Avançada, cujo foco se detém nas necessidades do usuário convencional que busca maior taxa de transferência; Controle de Missão Crítica, que engloba cirurgias remotas e uso de maquinário industrial sensível, ou seja, situações nas quais é necessária uma troca de dados sólida e ininterrupta; e, por fim, Internet de Comunicação Maciça, que busca a conexão com um grande número de dispositivos IoT com alta cobertura e baixo consumo de bateria.

A abordagem Zero Trust é a melhor aposta para garantir a segurança

Em geral, o 5G é promissor e apresenta enorme potencial de uso para diversas empresas e indivíduos. Contudo, é bom lembrar que com novas oportunidades, aparecem também novas vulnerabilidades. Não é difícil entender que o aumento da área de atuação de uma tecnologia implica também num aumento de área de ataque. A IoT Analytics já estima que, conforme o número de dispositivos IoT habilitados para 5G aumente, aumentarão também os ataques cibernéticos, especialmente ataques DDoS. Ademais, a maior largura de banda sem dúvidas dificultará o monitoramento da segurança, que atualmente está adaptada e preparada para um determinado nível de velocidade. Portanto, é principalmente no breve período de ajuste que segue a adoção de uma nova tecnologia que o sistema se encontra mais vulnerável.

Por mais que possa parecer difícil se preparar para conter fragilidades que ainda nem se apresentaram completamente, há sim diversos procedimentos e condutas de segurança que qualquer empresa deve adotar e que serão especialmente úteis em momentos como esse. Afinal, nem tudo precisa ser combatido na hora — ainda é melhor prevenir do que remediar. Para tapar os buracos que a tecnologia 5G ainda apresenta, a melhor abordagem de segurança é a política de Zero Trust.

O Zero Trust funciona a partir da ideia de “nunca confiar, sempre verificar“. Ou seja, nenhum usuário, dispositivo ou rede deve ser visto como inerentemente confiável, independentemente da localização — seja dentro do escritório, no trabalho híbrido ou no home office. Uma arquitetura Zero Trust só permite o acesso seguro a recursos limitados, e apenas a sujeitos autorizados e aprovados. Lidando com redes 5G, o Zero Trust fortalece a segurança não apenas contra agentes externos, mas também contra violações de segurança internas (que, considerando a diminuição da latência, podem ser mais difíceis de conter). Além disso, essa abordagem também traz uma boa oportunidade para modernizar e otimizar plataformas de tecnologia e o modo como empresas lidam com sua cibersegurança.

Existem diversos mecanismos que caminham juntos para estabelecer o Zero Trust. No caso de garantir a proteção de redes 5G, os mais interessantes são implementar uma forte autenticação multifator (MFA), utilizando biometria e blockchain; implementar e atualizar as ferramentas de segurança, incluindo firewalls e proteção contra malwares; e utilizar sempre uma boa VPN para assegurar a transferência segura de dados.

É claro que todas essas dicas já são válidas mesmo antes da implementação do 5G. Porém, é sempre melhor estar preparado para o futuro. Por enquanto, no Brasil, a tecnologia 5G ainda se encontra em um lento processo de implementação. A maioria dos dispositivos não possui sistema ou design compatível como o 5G, e a adaptação de mecanismos 4G para 5G é menos que satisfatória — resultando no que já se chama de 5G “impuro”. De resto, a maioria das aplicações populares para dispositivos móveis, como YouTube e Uber, continuam a funcionar bem utilizando a tecnologia 4G, com a velocidade do 5G sendo exagerada. Contudo, a maioria das capitais brasileiras já estão na vanguarda da preparação para a implementação total do 5G nos próximos anos. Resta saber se as empresas estarão preparadas para lidar com essa admirável nova Internet e suas possibilidades.

 

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