O Twitter (Android, iOS) desativou, na noite da última quinta-feira, 15, o recurso Spaces, que permite criar salas de bate-papo por áudio na plataforma. A medida se deu depois de Elon Musk se juntar a uma conversa em grupo na qual jornalistas que haviam sido banidos da rede social confrontavam a ação do dono do Twitter.
A plataforma suspendeu, na última quinta-feira, as contas de pelo menos cinco jornalistas proeminentes que estavam cobrindo assiduamente notícias relacionadas a Musk nas últimas semanas. Donie O’Sullivan, da CNN, Ryan Mac, do New York Times, e Drew Harwell, do Washington Post, são alguns deles.
O Spaces possuía um erro que permitia a participação de usuários suspensos. Katie Notopoulos, repórter do Buzzfeed, iniciou um bate-papo, na tarde de quinta-feira, e alguns dos profissionais da imprensa banidos se juntaram, como Harwell e Matt Binder, do Mashable, além de Jack Sweeney, criador da conta Elon Jet, que compartilhava a localização de Musk, a partir de informações públicas sobre voos do bilionário.
O dono do Twitter se juntou ao bate-papo para criticar os usuários que compartilhavam a localização em tempo real do seu jatinho particular e os profissionais que cobriam o assunto. Após ser pressionado pelos jornalistas por inconsistências na sua versão da história, Musk saiu da conversa repentinamente. Pouco depois, o Spaces foi desativado. Em um tuíte, ele alegou que estaria consertando um bug no recurso.
Doxxing
Em tuítes, o CEO do Twitter afirmou que os jornalistas haviam violado as novas políticas de privacidade da plataforma, que passou a proibir a prática de “doxxing”, o compartilhamento de informações pessoais de pessoas, nas quais a localização em tempo real do seu jatinho particular se encaixaria. A medida veio após o banimento da Elon Jet da plataforma, e do seu criador, Sweeney. No entanto, a CNN afirmou que nenhum dos jornalistas revelaram a localização do bilionário. Eles apenas cobriram os acontecimentos relacionados à conta Elon Jet.
Críticas mundiais
Depois de suspender as contas dos profissionais da imprensa, o dono do Twitter sofreu críticas de oficiais de governo do mundo inteiro e organizações. Autoridades de França, Alemanha, Reino Unido e União Europeia condenaram a suspensão, por meio de tuítes. Alguns alegaram que a plataforma está comprometendo a liberdade de imprensa. A chefe de comunicação das Organizações das Nações Unidas (ONU), Melissa Fleming, disse estar “profundamente incomodada” por jornalistas serem “arbitrariamente suspensos”.