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O Seiko Rupture foi o primeiro relógio a rodar aplicações (crédito: divulgação)

É difícil definir qual foi o primeiro smartwatch da história. Desde a invenção do relógio digital, em 1972, com o Pulsar, da Hamilton, diferentes modelos passaram a surgir no mercado, embarcados com tecnologias que iam muito além de ver as horas. Não eram como os dispositivos inteligentes atuais, com inúmeras funções, porém esses relógios eram capazes de colocar no pulso recursos que até então só podiam ser acessados em outros objetos tecnológicos.  

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Calcron. (Crédito: divulgação)

Se por smartwatch podemos considerar um relógio cujas funcionalidades excedem a função primária de consultar o horário, o Calcron foi um dos primeiros. Lançado em 1975, ele dispunha de uma calculadora embutida e carregamento por painel solar. No mesmo ano, o Pulsar Time Calculator, da Hamilton, chegou com o mesmo recurso e preço de US$ 4 mil. Era preciso uma caneta stylus para clicar nos números, de tão pequenas que eram as teclas.

no pulso

Seiko T001. (Crédito: divulgação)

A companhia japonesa Seiko foi uma das mais inovadoras, agregando novas funções aos seus relógios. Ao longo da década de 1980, ela lançou dispositivos com diferentes capacidades. Em 1982, introduziu o T001, que se ligava a um receiver de TV portátil, espelhando o que passava na televisão em sua tela minúscula. Um ano depois, o Seiko Data-2000 chegou ao mercado com um recurso diferente: ele armazenava notas – até duas de 1 mil caracteres. O dispositivo precisava ser ligado a um teclado externo para isso.

Em 1984, o Seiko RC-1000 foi o primeiro relógio a se conectar diretamente a computadores, incluindo os modelos Apple II e o IBM PC. Por meio de um cabo, os usuários conseguiam transferir dados básicos, como notas, números de telefones e compromissos. Ele vinha com dois kilobytes de RAM. Também da companhia japonesa, o Receptor, de 1990, era capaz de receber mensagem de pager, por meio de sinais de rádio FM. 

O Timex Datalink 50, introduzido em 1994, foi desenvolvido conjuntamente entre a fabricante de relógios Timex e a Microsoft. O seu pioneirismo estava em se conectar com computadores sem a necessidade de cabos, transferindo informações por meio de luzes pulsantes. Utilizado por astronautas da NASA em diversas missões espaciais, o relógio resistente à água armazenava 50 números de telefone, alarmes, compromissos, aniversários e lembretes. A intenção era que ele se tornasse uma alternativa aos Personal Digital Assistants (PDAs).

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Seiko Data-2000. (Crédito: divulgação)

Smartwatch?

Em 1998, surgiu um dispositivo que se aproximava um pouco mais do que conhecemos hoje por smartwatch. Mais uma inovação da japonesa Seiko, o Ruputer foi o primeiro relógio a rodar aplicações. Um joystick de oito direções e botões permitiam navegar por funções como compromissos, agenda, notas, calculadora, games, visualizador de textos e imagens, listas e mais. A sua tela possuía resolução de 102 x 64 pixels, em quatro escalas de cinza. Com processador de 3.6 MHz, 2 MB de memória e 128 KB de RAM, ele foi distribuído até 2006.

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O Ruputer recebia informações de PCs (crédito: divulgação)

O que o tornava ainda mais inovador era o fato de que aplicações externas podiam ser instaladas, feitas por uma comunidade de programadores. Elas eram embarcadas por meio de conexão com o PC, com fio. Dava pra acessar a Internet offline, usar uma versão alternativa do Paint, tocar um órgão de oito teclas, acessar um gerenciador de dietas, transformá-lo em uma lanterna, consultar constelações, traduzir palavras, jogar games como Pac-Man, Mario, Xadrez, Cobrinha e tantos outros.

Conhecido também como Matsucom onHand PC fora do Japão, ele não era recarregável, vinha com baterias de relógio padrão, CR2025. Com o sistema de gerenciamento de energia ativado, ele podia durar até três meses, com uso de aplicações durante uma hora por dia. Entretanto, se o usuário o utilizasse intensivamente, essa duração podia cair para até 30 horas.

 

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