Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 23, o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu que o sistema de envio de alerta por SMS realizado pela Defesa Civil seja “mais efetivo”. De acordo com o governador, foram disparados 2,6 milhões de alertas antes da chuva via SMS, mas não foi suficiente. No litoral, mais de 30 mil pessoas receberam o SMS de alerta.
“Vamos chamar as empresas de telefonia para ver que tipo de parceria podemos fazer para tornar o aviso via telefonia móvel mais efetivo. Os celulares estão democratizados, a telefonia móvel está democratizada, mas os sistemas de alarme via celular ainda não estão funcionando. Pela lei federal, as telefônicas têm obrigação de fornecer o alerta, mas a lei não estabelece como. A gente precisa de uma maneira mais efetiva e a ideia é que a gente utilize um sistema de broadcast. Vamos ver como isso pode ser operacionalizado”, afirmou Freitas.
O governador espera firmar uma parceria com as operadoras e verificar com a Anatel o que é preciso para mudar o atual sistema. Mas não detalhou sobre os tópicos na coletiva.
Vale lembrar que o sistema de alerta de desastres naturais por SMS começou em São Paulo em 2017. As pessoas devem se cadastrar voluntariamente enviando para o telefone 40199 o CEP de onde mora ou do local de interesse que gostaria de receber os avisos. Durante os momentos mais críticos da pandemia de Covid-19, a Defesa Civil também enviou informes sobre o coronavírus.
Mobile Time procurou a Conexis, sindicato das operadoras, mas ainda não teve resposta. Esta matéria poderá ser atualizada a qualquer momento com a resposta da Conexis.
Anatel
A região atingida pelas fortes chuvas conta também com uma equipe da Anatel desde segunda-feira, 20. Os técnicos da agência estão mobilizados com equipamentos de alto desempenho para monitoramento e localização de sinais, e realizam varreduras no local das buscas, em conjunto com as equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado de São Paulo, na tentativa de encontrar aparelhos celulares de vítimas que se encontrem soterradas.
É a primeira vez que o rastreamento de sinais de radiofrequências é utilizado como instrumento de apoio às equipes de resgate para a localização de pessoas soterradas no Brasil. A emissão de sinais dos celulares é identificada em determinado ponto, e, assim, é possível focar as buscas por cães farejadores e escavação manual naquele local. O rastreamento só é possível dessa forma porque os celulares, mesmo sem serviço disponível pelas prestadoras, emitem constantes sinais de radiofrequência, em busca de conexão com as estações transmissoras.
Os técnicos da Anatel também fazem a monitoração e o acompanhamento da montagem da Rede Estadual de Emergência de Radioamadores (REER), grupo membro da Defesa Civil responsável por garantir as condições de comunicação emergencial de autoridades e equipes de resgate por meio de estações do serviço de radioamador.
Também é de responsabilidade dessa equipe fazer avaliações técnicas de proteção contra interferências nas frequências críticas das forças de segurança pública e comunicações aeronáuticas.
Operadoras
As empresas de telecom restabeleceram quase toda a rede de serviços de dados e voz nas cidades do litoral norte de São Paulo nesta quinta-feira, 23, após as fortes chuvas que devastaram a região, em especial São Sebastião e Ilhabela.
A Claro informou ao Mobile Time que sua rede “já está operando dentro da normalidade”.
A TIM divulgou nota dizendo que restabeleceu integralmente os serviços e que quase todos os sites estão operantes, somando mais de 400 antenas na região.
“Além disso, a TIM promoveu a abertura do roaming entre operadoras para compartilhamento de acesso. Técnicos da empresa seguem em campo fazendo todo o atendimento necessário”, completou o comunicado.
E a rede de voz e dados da Vivo está totalmente restabelecida na região. “A empresa segue com equipes técnicas nas regiões para garantir a qualidade da operação, que pode sofrer alguma oscilação por conta de obras de recuperação estrutural”, encerra o comunicado enviado a este noticiário.
A Linktel, que oferece rede Wi-Fi para Ilhabela, teve sua rede pouco afetada. Isso porque eles utilizam cabo óptico submarino e rede óptica redundante. E, por isso, já opera normalmente. “Tivemos alguns pontos fora, mas já restabelecemos todos, com exceção de um que teremos que fazer manutenção grande na próxima segunda-feira, 27”, disse a este noticiário o presidente da Linktel, Jonas Trunk.