A ProfilePrint, empresa que usa inteligência artificial para medir e prever a qualidade de commodities, chegou recentemente ao Brasil. Em conversa com Mobile Time, Allan Lai, fundador e CEO da empresa, explicou que o foco da tecnologia no Brasil é em dois alimentos.
“Nós queremos focar naquilo que sabemos fazer bem, cacau e café, algo que o Brasil tem forte sucesso. Especialmente em café. O País é um dos maiores exportadores e mesmo com poucas companhias, leva um montante significativo desse grão para o mundo todo”, conta. “Mas atuamos também em outras commodities, como sucos, um segmento que tem ido muito bem no Brasil. Açúcares, sementes e especiarias vêm em segundo plano”, complementou.
Por meio de acordo comercial e missão diplomática de seu país, Cingapura, a ProfilePrint começa a ser usada em laboratórios de testes de qualidades de LDC, Olam Agrícola e Sucafina no Brasil. Embora tenha começado com grandes companhias, a startup de inteligência artificial também deve atender cooperativas que possuem pequenos e médios agricultores rurais.
Como funciona
A tecnologia da companhia funciona como um leitor de “impressão digital” focado em alimentos. O CEO afirmou que a ideia é medir a qualidade de comidas, mas o diferencial da ProfilePrint é que a empresa usa inteligência artificial e aplicativo mobile para entregar as informações em tempo real para seus usuários.
A análise é feita por meio de uma máquina. O produtor rural coloca uma amostra da commodity (como café verde) no equipamento, que, por sua vez, captura a leitura da “impressão digital” do alimento por meio de ondas eletromagnéticas. Todo esse processo de escaneamento pode ser feito offline.
Em seguida, o resultado da amostra precisa de conectividade para ir à nuvem, passar pelo algoritmo, que vai determinar o nível de qualidade do alimento no app, que pode variar de 0 a 100 pontos – quanto maior a pontuação, melhor. Além de mostrar a qualidade, a plataforma mostra vários aspectos como acidez, amargor, doçura e até notas que o material terá.
Uma vez conectado, o processo de leitura demora menos de dez segundos.
Modelo de negócios
Segundo Lai, a ProfilePrint surgiu com a prerrogativa de dar informação ao agricultor para mostrar que seu produto tem qualidade, criar um melhor ecossistema com produtos qualitativos e reduzir custos no envio de amostras que podem passar de US$ 1 milhão por safra, segundo dados internos da companhia.
Seu modelo de negócios é SaaS e combina hardware (analisador) e software (inteligência artificial). O pagamento é anual e sua versão básica custa “apenas algumas centenas de dólares” com um login e uma máquina, explicou o CEO.
Expectativas
A expectativa de crescimento da ProfilePrint no mercado brasileiro é ser maior que a receita de vendas total da empresa, que aumentou três vezes ante 2021. Recentemente, a agritech fez um investimento na brasileira Csmart para combinar suas funções e oferecer soluções mais assertivas de inteligência artificial para o ecossistema alimentar brasileiro.
Criada em meados de 2017, a companhia atua em 40 países em seis continentes. Além do Brasil, a empresa de IA tem presença medindo a qualidade de café em outros países da América Latina, como Guatemala, Honduras e Nicarágua.