[Matéria atualizada em 10/03/2023, às 9h30, para editar o modelo de negócio da Fiserv] A Fiserv já definiu o limite de gastos diários dos usuários e recebimento pelos lojsitas no WhatsApp Pay: os consumidores terão um valor máximo por transação  no novo meio de pagamento; e os comerciantes também receberão um teto por dia. A informação foi confirmada pela diretora de produtos e-commerce da companhia, Giuliana Cestaro, em conversa com Mobile Time.

A executiva explica que começará com esses valores, mas poderá ser ajustado caso a caso. Por exemplo, o limite pode aumentar se o comerciante tiver mais fluxo ou recorrência de vendas. Importante dizer, cada adquirente terá sua própria estratégia de limites. Ou seja, os outros fornecedores de pagamento da Meta – Cielo, Getnet, Mercado Pago e Rede – podem definir valores diferentes.

Modelo de negócios

Pagamentos no WhatsApp 1

Passo a passo do pagamento no WhatsApp (crédito: divulgação)

Cestaro afirma que o modelo de negócios do WhatsApp P2M é similar ao formato tradicional de adquirência. Diferente do WhatsApp P2P que a Meta não cobra dos usuários pela transação, o P2M terá cobrança de taxa junto aos comércios: “Eles (Meta) cobram um valor dos adquirentes. E nós repassamos (a taxa) MDR ao comerciante”, disse. “É a mesma regra para todas as operadoras. Todas vão seguir isso. Mas cada credenciadora aplica sua taxa e estratégia”, relata, embora a taxa ainda esteja indefinida.

Leandro Mattos, vice-presidente de novas plataformas de pagamentos na Mastercard Brasil, diz que as adquirentes “vão competir entre elas”. Mastercard e Visa, por sua vez, as bandeiras escolhidas no WhatsApp Pay, garantem que a operação tenha regras isonômicas: “Esse é o  nosso compromisso perante o Banco Central. Garantimos as regras. E a transação será cobrada pela credenciadora”, completa.

Considerando só o P2M, a diretora da Fiserv prevê forte aderência em alguns setores que são adeptos ao comércio conversacional hoje, como delivery e vestuário.

Vale lembrar, o WhatsApp Pay para comerciantes funcionará inicialmente apenas para usuários do WhatsApp Business (Android, iOS). Ou seja, não englobará grandes marcas e varejistas neste começo. E o novo meio de pagamento tem 30 dias para ser implementado. O prazo é para haver a comunicação ao mercado financeiro sobre o começo do meio de pagamentos do app de mensageria. Segundo fontes ouvidas por Mobile Time, a solução deve começar em abril.

P2P e P2M

Mattos acredita que a chegada do meio de pagamento para o comércio (P2M) ajudará a alavancar o pagamento entre pessoas (P2P), algo que ainda não vingou no app de mensageria: “O P2M vai ajudar a criar o hábito de uso que ficou faltando. Vai estimular o cadastro, o conhecimento e a confiança do usuário na plataforma”.

Importante lembrar, o WhatsApp P2P foi aprovado pelo Banco Central em março de 2021.

O diretor de soluções da Visa, Leandro Garcia, também acredita que o P2M deve fomentar o P2P. Em sua visão, a experiência de usabilidade é a mesma: “Eu faço uma compra no WhatsApp, por que não fazer transferência? A comunicação será maior para que o usuário aprenda”.

A diretora de produtos e-commerce da Fiserv afima, inclusive, que há um interesse de a empresa também participar do P2P no WhatsApp Pay, acreditando que o meio será impulsionado pelo início das operações do P2M. De acordo com Cestaro, a empresa aguarda uma devolutiva da Meta.

Como funcionará

No final de 2022, o head do WhatsApp no Brasil, Guilherme Horn, comentou da solução de pagamento do mensageiro para o comércio. A equipe compartilhou o vídeo (acima) com Mobile Time. A experiência parece ser fluida, simples e rápida. Mas vale lembrar que há toda uma estrutura por trás do app. Por exemplo, as adquirentes colocam seus gateways de pagamento na solução e as bandeiras, suas plataformas de processamento e o arcabouço de proteção do e-commerce.

Garcia, da Visa, explica que todo o processo de pagamento do usuário é tokenizado: “É a mesma tecnologia das carteiras. O usuário vai abrir o WhatsApp, configurar os dados de pagamento, digitar os dados do cartão, passar pela bandeira, informar para o emissor e gerar o token – um número exclusivo para o WhatsApp Pay. Antes de transacionar, o emissor do cartão precisa ter certeza de que se trata do usuário que realizou a compra. E, como camada adicional, o emissor confirma a identidade do consumidor. Para cada transação, o WhatsApp pede autenticação no dispositivo, seja por reconhecimento facial, digital ou senha”.

Pelo lado dos comerciantes, Mattos, da Mastercard, informa que o dono da loja escolhe um dos adquirentes, se cadastra e coloca a credencial dentro do WhatsApp Business. Cestaro ressalta que uma adquirente só pode transacionar pagamentos de comerciantes que já tenham cadastro, não podem começar do zero: “Só posso associar um cliente existente. Não posso criar uma conta nova. Isso é regra do WhatsApp”, conclui.

 

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