Conforme projetava a Ericsson, 2023 já mostra os primeiros sinais de impactos negativos na lucratividade da companhia, resultado de um cenário de desafios macroeconômicos e desaceleração de investimentos em rede, em mercados importantes. Segundo balanço financeiro do primeiro trimestre, divulgado nesta terça-feira, 18, houve uma queda de 46% no lucro líquido da empresa, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O valor ficou em 1,6 bilhão de coroas suecas (US$ 155 milhões).

As vendas com redes diminuíram 2%, no primeiro trimestre de 2023, ano contra ano, representando 68% de toda a receita de Ericsson. No geral, as vendas mantiveram-se no mesmo patamar do que no mesmo período de 2022, em 62,6 bilhões de coroas suecas (US$ 6,1 bilhões). O resultado foi balanceado por crescimento em outros segmentos de negócios, como empresas (+19%) e software de nuvem e serviços (+5%).

A receita aumentou 6% na América Latina, ano contra ano, principalmente por conta de implantações de 5G, segundo a fabricante. Porém, o destaque ficou por conta do Sudeste Asiático, Oceania e Índia, onde as vendas aumentaram 132%, impulsionadas principalmente por ganhos de market share de 5G, na Índia, bem como marcos importantes no cronograma de projetos nas Filipinas e na Malásia. Atualmente, cerca de 50% de todo tráfego 5G do mundo, tirando a China Continental, se dá por redes da Ericsson.

“Como esperado, os clientes dos primeiros mercados 5G diminuíram um pouco o ritmo de implantação. O efeito nas vendas é maior, pois alguns clientes também reduziram os elevados níveis de estoque acumulados, em um ambiente de abastecimento apertado. Esperamos que esse ajuste de estoque seja concluído principalmente durante o segundo trimestre, mas pode se prolongar para o terceiro trimestre. O crescimento significativo de grandes projetos de implantação não compensou totalmente o impacto nas vendas dos primeiros mercados 5G”, afirma o CEO e presidente Börje Ekholm.

O executivo destacou os esforços da Ericsson em se tornar uma empresa de plataforma. A fornecedora está trabalhando com os primeiros clientes, a fim de estabelecer um mercado de APIs de rede. O CEO prevê as primeiras receitas com isso para o final de 2023, o que impulsionará um aumento de receita em 2024 e 2025. “Vai levar algum tempo para construir esse novo mercado de APIs de rede, mas acreditamos que pode se desenvolver mais rápido e crescer mais do que o mercado de produtos tradicionais de comunicação”, avalia.

A expectativa é que o próximo trimestre tenha resultados similares a este início de ano. “A incerteza em relação a 2023 permanece, com menores atividades de investimento em vários mercados e alguns clientes orientando para menor capex à luz dos ventos macroeconômicos contrários. Espera-se que as vendas no segundo trimestre estejam em linha com as do primeiro trimestre. O aumento do ritmo de lançamento em projetos de grande porte, como na Índia, está sendo compensado por níveis de investimento mais cautelosos em outros mercados”, diz o documento de divulgação dos resultados financeiros.

 

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