[Matéria atualizada em 17/05/2023, às 11h52, para correção do nome de Marcos Vassali] A TIM deve entrar no mercado de energia até o fim de 2023, segundo informou Marcos Vassali, diretor de desenvolvimento de negócios e inovação da TIM no MobiXD, evento organizado por Mobile Time, nesta terça-feira, 16. A operadora atualmente está na fase final de negociação com cerca de cinco possíveis parceiros, a fim de desenvolver um marketplace para oferecer aos seus assinantes eletricidade produzida por geração distribuída.
Este é o nome dado à geração elétrica realizada por consumidores independentes, com fontes renováveis, como solar e eólica, no local de consumo ou próximo a eles. Os clientes da TIM poderão comprar este tipo de energia por meio de uma oferta da operadora, obtendo um desconto na conta de luz, em comparação com aquela distribuída tradicionalmente.
O projeto começou há algum tempo. A TIM fez análise de mercado, estudando o contexto, as oportunidades e como o setor deve se desenvolver no futuro, definindo um modelo de negócio. De acordo com Vassali, hoje não existe nenhuma empresa que atue nas 27 unidades federativas do Brasil. ‘“Vamos começar possivelmente em fases, mas temos que começar já com algo relevante e com um roadmap muito claro de expansão”, contou o executivo.
O local por onde vai começar é um dos critérios que a operadora considera fundamental na escolha do parceiro. Para a TIM, não basta que a empresa tenha a melhor oferta, ela precisará oferecer uma capacidade de entrega de energia, que é hoje uma das maiores restrições do setor. Além disso, é essencial que ela possa fazer investimentos para expansão, assim como promover uma boa jornada do cliente.
Modelo de negócio
A iniciativa se encaixa dentro da estratégia que a operadora chama de plataforma de clientes, na qual a TIM opera no modelo de channel as a service, ou canal como serviço. A empresa atua como um canal de aquisição, permitindo ao parceiro ter um custo mais baixo de aquisição em comparação com outros meios, como publicidade digital. A TIM também promove a marca ao associá-la ao seu ecossistema de serviços.
“Quando falamos em entrar em novos negócios, não queremos desenvolver do zero. A TIM atua como parceira, funcionando como um canal de baixo custo. Com isso, o parceiro pode oferecer um preço mais agressivo para os clientes. A TIM consegue colocar isso na oferta core e oferecer para a base, promovendo um crescimento acelerado desse produto. A operadora monetiza isso de diferentes formas”, explicou.
Para que a oferta funcione, os parceiros também precisam trazer algum diferencial que o cliente não encontrará no mercado. No caso dos clientes de energia renovável, eles terão desconto na fatura, sem necessidade de investimento em equipamento de geração, com uma jornada digital e benefícios exclusivos. A proposta de parceria se desenha nos mesmos moldes da feita com o C6 Bank.
A TIM tem um ganho apresentando uma oferta inovadora no mercado, aumentando a fidelidade de assinantes. De acordo com o diretor, estudo interno mostra que o cliente que tem outros serviços apresenta um churn menor. Há também o benefício final financeiro, de ter novas vias de receita.
“Temos duas formas de monetização. O fee de aquisição, que é o custo de aquisição do cliente do parceiro. E buscamos uma participação minoritária nessas empresas, porque geramos uma valorização exponencial de um parceiro quando o aceleramos”, afirmou.