A UIT lançou um apelo mundial para que se aumentem os investimentos globais em transformação digital até 2026, dos atuais US$ 30 bilhões para US$ 100 bilhões. O dinheiro está em um fundo que é controlado pela Partner2Coalition (P2C), uma aliança multistakeholder liderada pela UIT e que conta com aporte de mais de 247 entidades que representam 111 países.
Apresentado durante o dia mundial da telecomunicação e da sociedade da informação nesta quarta-feira, 17, a proposta do órgão da ONU é para as nações aumentarem o nível de recursos para uma conectividade “universal e significativa” e levar a transformação digital para os “países menos desenvolvidos” (Less Developed Country ou LDC, no original em inglês).
Dos US$ 30 bilhões já destinados ao fundo, US$ 12 bilhões foram para LDCs.
Visão ONU x ITU
Na visão da agência TIC da ONU, a tecnologia está no topo da agenda de muitas empresas e nações, mas ainda não alcança muitas pessoas. Para a secretária-geral do órgão, Bogdan-Martin, se o discurso da digitalização global quiser realmente ser sério, significativo e sustentável, é preciso dar o passo certo para levar a transformação digital a todos.
Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que os países menos desenvolvidos correm o risco de ficar “muito atrás” da criação de valores e inovação na revolução digital e Internet. Dito isso, Guterres ressaltou que é preciso melhorar “dramaticamente” a acessibilidade para eliminar a exclusão digital.
Entenda
Nas Nações Unidas, os países menos desenvolvidos são aqueles que têm baixo PIB e encaram diversos desafios estruturais que impedem o desenvolvimento sustentável. Para exemplificar, os LDCs representam 40% da população pobre no mundo e, em conectividade, um terço das 2,7 bilhões de pessoas que não acessaram à rede em 2022. Atualmente, 46 países estão entre os países menos desenvolvidos, um ranking que é liderado pelo Afeganistão e tem apenas um país das Américas, o Haiti.