A Meta começou a limitar o acesso às notícias em seus apps do Facebook e Instagram no Canadá nesta sexta-feira, 2. A mudança repentina acontece em resposta às discussões da lei C-18. Também conhecida como Ato das Notícias Online, a regulação exige negociação e pagamento das plataformas digitais às empresas de notícias, uma vez que veiculam suas propriedades intelectuais sem descrição.
Em nota publicada em seu site, a Meta explicou que as companhias poderão publicar links de notícias e conteúdos nas plataformas, mas nem todas elas ficarão disponíveis para o público canadense. Isso impacta nos veículos de dentro e de fora do Canadá. Essa mudança entra em caráter de teste e deve durar algumas semanas.
“Como dissemos repetidas vezes, o Ato de Notícias Online é uma legislação falha que ignora a realidade de como as plataformas funcionam, as preferências das pessoas que as utilizam e o valor que damos às notícias. Como o Ministro da Herança Canadense (Pablo Rodriguez) disse, o modo como escolhemos se adequar à legislação é uma decisão de negócios, nós fizemos a nossa escolha”, informou a Meta. “Embora esses testes de produtos sejam temporários, nós pretendemos terminar com a disponibilidade do conteúdo noticioso do Canadá de forma permanente se a lei passar”, completou.
Atualmente, a Lei C-18 está em discussão no Senado canadense. O ministro Rodriguez – patrocinador da legislação – usou o seu perfil no Twitter para dizer que não será ameaçado: “Quando uma big tech, não importa o seu tamanho, montante de dinheiro e advogados que possua, vem aqui e diz ‘se fizerem isso, nós vamos desligar tudo’, essa ameaça é inaceitável”, escreveu na rede social.
When a big tech company, no matter their size, no matter the amount of money and the powerful lawyers they have, comes here and tells us, “if you don’t do this or that, then I’m pulling the plug” – that’s a threat and is unacceptable. (1/2) https://t.co/kaLie2azm0
— Pablo Rodriguez (@pablorodriguez) June 2, 2023
Vale lembrar que a Meta usou a mesma estratégia na Austrália, tirou do ar as notícias de sua plataforma, após o governo aprovar uma lei que também exigia negociação por veiculação das notícias em 2021. Mas recuou e aceitou negociar com as empresas midiáticas daquele país, cinco dias após a mudança original.