Os gastos com anúncios mobile no mundo deverão chegar a US$ 366 bilhões ainda este ano, um aumento de mais de 50% se comparado com 2020, quando o mercado chegou a US$ 240 bilhões. De todo o tráfego web, 51% é móvel e 61% dos visitantes de um site não retornarão por não ser compatível com o seu dispositivo móvel. No geral, o mercado de marketing mobile deverá continuar na fase de crescimento até 2024.
As compras com dispositivos móveis estão ganhando cada vez mais espaço. Se, em 2019, a proporção era 64% para compras na web e 36% em mobile, em 2022, a proporção se inverteu, ficando 42% para web e 58% para mobile.
Os dados fazem parte de uma compilação realizada pela Rocket Lab, adtech mexicana que aportou no Brasil em 2020, a partir de uma série de estudos e pesquisas.
Metodologia
O time de marketing da Rocket Lab reuniu dados de diferentes fontes de informação para desenvolver um relatório com esse consolidado. Para isso, usaram dados próprios, fontes abertas ou pagas e exclusivas – como Statista, AppsFlyer e Mobile Time – as quais a empresa teve acesso, e se concentraram nos mercados mais relevantes para a empresa, ou seja, Brasil, Espanha e México, nos segmentos de fintechs, e-commerce, alimentos e bebidas e OTTs.
A ideia do compilado é entender as tendências e o que os últimos anos mostraram e projetar as próximas novidades.
Números globais e insights
Ainda de acordo com os dados globais do compilado realizado pela Rocket Lab, 85% do tempo gasto pelos usuários nos smartphones é dedicado aos aplicativos, mas 71% das pessoas desinstalam apps depois de três meses. Vale dizer ainda que, em 2022, os usuários gastaram US$ 167 bilhões em aplicativos, uma queda de 2% na comparação com o ano anterior. Porém em downloads, houve crescimento de 11%.
De acordo com a Rocket Lab, o declínio no consumo ocorreu sobretudo nos games. E os apps de OTTs, redes sociais|namoros, entretenimento|video sharing, livros e referências| quadrinhos e Entretenimento| música e áudio representaram 50% dos gastos.
O ano de 2022 encerrou com 5 bilhões de usuários de Internet, o que representa 63% da população mundial. Desse montante, 4,7 bilhões usam as redes sociais.
Aproximadamente 67% da população mundial utiliza algum tipo de dispositivo móvel e a média de tempo gasto nesses dispositivos, especialmente em smartphones, chega a cerca de 5 horas por dia. E 88% dessas horas são dedicadas ao uso de aplicativos.
As plataformas de OTT (over the top), como as aplicações de streamings de vídeo, registraram US$ 7,2 bilhões de receita em 2022 e a estimativa é que ultrapasse US$ 14 bilhões até 2027.
No Brasil
O Brasil é o 11º em um ranking de países que mais gastam em dispositivos móveis, totalizando US$ 1,37 bilhão. E é o 4º quando se trata de downloads e horas de uso, perdendo apenas para China, Índia e Estados Unidos.
Com relação ao mercado de fintechs, o mercado dos neobancos deverá atingir um valor total de transações de US$ 224,7 bilhões no fim deste ano e deverá registrar crescimento de 29,3% em 2024.
No segmento de pagamentos digitais, o Brasil poderá chegar a 146 milhões de usuários em 2027.
Já no mercado de delivery de alimentos e bebidas, houve um crescimento de 380% do tempo de uso no primeiro trimestre de 2022. O Brasil registrou 3,39 bilhões de sessões em aplicativos de alimentação no quarto trimestre de 2022. E os apps deste mercado tiveram 20,7 milhões de downloads somente no primeiro trimestre de 2022.
Com relação ao e-commerce, o compilado mostra que a receita deste segmento deverá chegar a US$ 47,64 bilhões até o fim de 2023. A expectativa é que a receita tenha uma taxa de crescimento anual de 14,6%, levando a um volume de mercado previsto de US$ 82,26 bilhões em 2027.
O ARPU (receita média por usuário) deve chegar a US$ 364 e o número de usuários, 147 milhões em 2027. A penetração de usuários deverá ser de mais de 60% em 2023 e, quando chegar 2027, deverá atingir 66,7%.
Sobre as OTTs, a previsão é que as over-the-top cheguem a uma receita de US$ 4,2 bilhões. E o CAGR entre 2023 e 2027 atinja 8,6%, levando a um volume anual previsto de US$ 5,84 bilhões em 2027. E a publicidade em vídeo OTT deverá chegar a um volume de mercado de US$ 2,42 bilhões neste ano.
No Brasil, 33% das pessoas assinam somente um aplicativo de streaming de vídeo; dois apps cai para 29%; três chega a 17%; quatro a 9%; e cinco ou mais, 12%.
Vale dizer ainda que, em um ano, a porcentagem de brasileiros com smartphones inscritos em plataformas pagas de streaming passou de 64% a 69%.