Sete empresas líderes em inteligência artificial se comprometeram com o governo norte-americano a voluntariamente seguir uma série de diretrizes para o desenvolvimento seguro e confiável dessa tecnologia. São elas: Amazon, Anthropic, Google, Inflection, Meta, Microsoft e Open AI. O anúncio foi feito pela Casa Branca nesta sexta-feira, 21. O governo norte-americano agora quer a adesão de outros países a esses mesmos compromissos e listou 20 com os quais já conversou a respeito – o Brasil é um deles.
As diretrizes com as quais as sete empresas se comprometeram são as seguintes:
. Sistemas de IA terão sua segurança testada internamente e externamente antes de serem lançados ao público
. Os cuidados adotados por cada empresa para gerenciamento de riscos com seus sistemas de IA serão compartilhados com o restante da indústria, governos, academia e sociedade civil
. As empresas investirão em cibersegurança e em salvaguardas internas para proteger seus modelos ainda não lançados
. As empresas vão permitir que terceiros pesquisem e relatem vulnerabilidades em seus sistemas de IA
. Construção de mecanismos técnicos robustos para garantir que o usuário final saiba quando um conteúdo foi gerado por IA, como a adição de marca d’água.
. Divulgação ao público das capacidades, limitações e usos apropriados e inapropriados de seus sistemas de IA
. Priorização de pesquisas sobre riscos sociais de IA, para evitar vieses danosos e discriminação, assim como para proteger a privacidade
. Desenvolvimento de sistemas avançados de IA para enfrentar alguns dos grandes desafios atuais da sociedade, como prevenção ao câncer e mitigação da mudança climática
Os 20 países com os quais o governo dos EUA já conversou a respeito do tema são: Austrália, Brasil, Canadaá, Chile, França, Alemanha, Índia, Israel, Itália, Japão, Quênia, México, Holanda, Nova Zelândia, Nigéria, Filipinas, Singapura, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido.
Análise
Vale destacar a diferença de abordagem dos EUA em comparação com a União Europeia no que diz respeito à regulamentação de IA. Enquanto a Europa avança na construção de uma lei geral para IA, os EUA preferiram negociaram um acordo com as empresas, talvez para evitar a inibição da inovação. O Brasil, por enquanto, caminha mais alinhado com a Europa, discutindo a aprovação de uma lei geral de IA: após trabalho de um comitê de juristas sobre o tema, o texto se encontra em tramitação no Senado.
Super Bots Experience
As consequências da IA generativa e as reações da sociedade serão tema do painel de encerramento do Super Bots Experience, com as participações de:
Christian Perrone, head de Direito e GovTech, ITS Rio
Hugo Neri, sociólogo e pesquisador, C4AI
Loren Spíndola, líder do Grupo de Trabalho Inteligência Artificial, ABES
Paula Martini, diretora executiva e fundadora, Internet das Pessoas
Rafael Pellon, advogado especializado em direito digital e sócio-fundador, Pellon de Lima Advogados
O evento terá também uma palestra sobre o desenvolvimento de IA no Brasil, com Marcelo Finger, professor titular do departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP.
O Super Bots Experience 2023 acontecerá nos dias 1 e 2 de agosto, no WTC, em São Paulo. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis em www.botsexperience.com.br