| Publicada originalmente no Teletime | Cem escolas públicas em áreas remotas dos estados do Amazonas e Pará receberam conectividade de Internet por meio de equipamentos da Starlink. A iniciativa de levar o sinal às instituições de ensino foi viabilizada pelo Instituto Escola Conectada e a MegaEdu.
As escolas beneficiadas terão a Internet de alta velocidade paga pelo período inicial de dois anos, segundo as organizações. As cem antenas foram doadas pelo programa de voos espaciais tripulados Polaris Program, em processo que contou com participação da Starlink. De acordo com os organizadores, a implementação impactará mais de 6 mil alunos da rede pública de ensino das cidades de Moju (PA), Presidente Figueiredo, Manicoré e Itacoatiara (AM) – incluindo indígenas e quilombolas.
O Instituto Escola Conectada afirma que o projeto levou cerca de oito meses para ser concretizado, devido a “inúmeros” desafios logísticos. O maior teria sido a chegada das antenas ao município de Manicoré (AM), que só pode ser acessado por via fluvial ou aérea. Foi necessário buscar um ponto de recebimento para as antenas em Manaus (AM) e depois alugar espaço em uma balsa para levar a Manicoré. A partir da cidade, a prefeitura ainda precisou enviar as antenas por outro barco para as escolas.
Perfil das escolas atendidas
Ainda segundo a ONG, o projeto teve início quando o Instituto Escola Conectada, que já tem atuação nacional, foi procurado pelo provedor Starlink por meio de uma ponte feita pela MegaEdu, para desenvolver juntos um plano de instalação em regiões com baixa densidade populacional.
Foram priorizadas as instituições educacionais que se encontram em regiões isoladas, onde não há oferta de banda larga de alta velocidade. Até a chegada do projeto, essas escolas estavam desconectadas.
“Sem a tecnologia da Starlink, o apoio financeiro da Polaris, a articulação junto às Secretarias de Educação da MegaEdu e a estrutura do Grupo Datora, não teria sido possível. O nível de qualidade tecnológica entregue, sem custos para o usuário, está sendo revolucionário. Estamos buscando meios para expandir esta atuação. Faremos visitas às escolas para conversar com secretarias, diretorias de escolas e professores. Queremos acompanhar de perto como a vida dessas pessoas será impactada nos próximos meses”, disse Raul Fuchs, fundador e sócio do grupo Datora, empresa que iniciou o Instituto Escola Conectada.
“São milhares de alunos que não tinham praticamente nenhum acesso à conectividade e que agora terão uma educação com Internet de alta velocidade. Além do impacto pedagógico, há também a revolução na região: consultas médicas remotas serão possíveis, famílias poderão se comunicar… [é] um efeito em cadeia”,
Escola Conectada e MegaEdu em números
Desde 2020, a ONG, que é uma organização da sociedade civil fundada pelo Grupo Datora (Datora Telecom e Arqia), fechou parceria com nove provedores: Sumicity, Telecall, Ligue Telecom, SOW, NetCintra, Telium, EAI Telecom (Rline), Vero e agora Starlink. Segundo a entidade, são quase 70 mil alunos impactados e mais de 200 escolas públicas conectadas em 18 cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Minas Gerais, Pará, Amazonas e Roraima. A expectativa da instituição é participar da universalização do acesso à conectividade na educação pública brasileira, ainda nesta década.
Já a MegaEdu é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para levar internet de qualidade para todas as escolas públicas do Brasil. Desde 2021, a organização produz dados e estudos, desenvolve soluções e dá apoio técnico para gestores públicos com a finalidade de viabilizar o acesso ao mundo digital para alunos. Em 2022, a ONG apoiou mais de 5 mil escolas a se conectarem a velocidade adequada, além de atuar diretamente com seis secretarias estaduais e municipais de educação.
A nível nacional, a MegaEdu tem atuado em parceria com o Governo Federal em políticas como os compromissos do 5G, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) e o Programa de Inovação Educação Conectada (PIEC).