Após reunião do Grupo de Trabalho dos Aplicativos do Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira, 29, os representantes dos entregadores informaram que vão entrar em greve nacional no próximo dia 12 de setembro.
Em nota, as associações dos motociclistas afirmaram que não aceitaram as propostas de valor mínimo por corrida, rota ou quilômetro rodado feitas pelo Movimento Inovação Digital (MID) e pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec). Como resultado, as entidades da classe de entregadores convocaram uma greve nacional para a segunda semana de setembro.
Enviado a Mobile Time, o posicionamento é assinado pelas seguintes associações: Conselho Nacional dos Sindicatos de Motoboys e Motoentregadores; Frente Nacional dos Mototaxistas do Brasil; Febramoto; Fenamoto; Fenordeste; Fetramoto; e Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos.
Vale notar que o posicionamento reúne mais instituições que aquele feito na última segunda-feira, 28, quando os representantes dos motociclistas rechaçaram a proposta inicial de MID e Amobitec. Agora, os representantes dos profissionais afirmam que desejam paralisar “todas as entregas nesta data”, caso os apps não façam uma contraproposta factível aos trabalhadores.
Outro lado
O MID afirmou que mantém seu compromisso em promover um diálogo construtivo entre as partes e estabelecer uma regulação adequada. Em comunicado à imprensa enviado nesta noite desta terça-feira, 29, a entidade que representa 170 empresas de apps disse ainda que “proposta de valores mínimos para motoristas e entregadores reflete uma abordagem equilibrada que visa não apenas a sustentabilidade econômica das organizações e plataformas menores, mas também a valorização dos profissionais que desempenham um papel fundamental na economia brasileira”.
Inicialmente, a proposta do MID começa com valor mínimo de R$ 11 para motos e R$ 7 para bicicleta por hora em rota para delivery e ainda tem valores para entregas no e-commerce e corridas de app. Sem fazer distinção de categoria de serviços, apenas por veículo, a proposta da Amobitec começa em R$ 6,54 para bicicletas e R$ 10,20 para motos por hora trabalhada.
A Amobitec informou a este noticiário que revisou os valores em um método que considera custos médios de operação dos trabalhadores, como combustível, plano de celular e manutenção do veículo. Agora, a associação propõe:
- R$ 12 de valor mínimo por hora efetiva e comprovadamente trabalhada em motocicleta, o equivalente a 200% do salário-mínimo;
- R$ 21,22 de valor mínimo para hora trabalhada em transporte individual de passageiros, a 354% do salário-mínimo nacional vigente;
- E manteve os valores para entrega em bicicleta (R$ 6,53) e carros (R$ 10,86).
“Importante ressaltar que esses são patamares mínimos, portanto não impedem a possibilidade de ganhos superiores pelos trabalhadores e os valores dialogam com as boas práticas internacionais”, relatou para esta publicação.
*Imagem: Manifestação de entregadores contra os apps em 14 de julho de 2020 (crédito: SindimotoSP)