Durante todo o imbróglio do ‘X’ (antes Twitter), da compra até os percalços da gestão Elon Musk, uma série de redes sociais surgiram como alternativa ao grande microblog. Entre elas está o Post (Android, iOS), uma rede social construída para veiculação de notícias e informações fidedignas.
Diferente de Koo (que cresceu mais pela quinta série brasileira) e Mastodon (que é uma burocracia sem igual para uso), o Post nasceu com um problema, a plataforma era acessada apenas via browser, ou seja, não tinha app.
Em 2023, a rede social finalmente ganhou um aplicativo. Primeiro em iOS e mais recentemente para Android. Bem intuitivo, o app funciona igual a qualquer outra rede social baseada em texto. Pode seguir os veículos ou escritores, pesquisar temas, clicar em hashtags para ver os principais destaques e tendências, além de criar alertas.
O usuário também pode publicar notícias, artigos e outros textos (longos e curtos), uma vez que a plataforma tem toda a estrutura de um publicador (similar aos blogs), além de criar a sua própria newsletter.
Na parte superior do app tem três grandes abas que podem sintetizar o acesso: ‘following’ para seguir pessoas; ‘explore’ para ver os temas do momento; e ‘news’ que mostra as principais notícias do dia com veículos de credibilidade, como CNN dos EUA, Semafor, Reuters, PCMag, USA Today e outros.
Modelo de negócios
Sem publicidade, o Post tem um sistema que permite ler notícias pagas e gratuitas, sem necessidade de assinatura. Ou seja, um modelo novo de negócio que surge como alternativa ao paywall (quando o veículo cobra a assinatura para o usuário) com um pagamento sob demanda – o usuário paga apenas por aquilo que lê.
Inicialmente, o usuário recebe 50 Post Points promocionais para consumir notícias em uma carteira virtual. Uma degustação. Depois que essas 50 moedas acabarem, o usuário pode adquirir mais para colocar em sua carteira por meio de compras in-app. Cada Post Point equivale a US$ 0,01. O usuário também pode ganhar pontos publicando posts ou recebendo gorjetas (tips, em inglês) de outros usuários.
Cada perfil/empresa de notícia define quantos pontos vale aquela notícia, por exemplo, a matéria pode custar 1 ponto ou pode ser gratuita. O usuário lê a prévia da notícia, e se clicar para ler o material por completo, o valor é debitado de sua carteira.
Por exemplo, acabei de ler uma notícia sobre a volta de LeBron James para a próxima temporada da NBA. Jogando pela Lakers o seu 21º torneio, James completará 39 anos em dezembro. Essa notícia custava 2 Post Points. Já outra matéria da Reuters sobre os ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina não tinha custos.
Problemas
Post é até mais avançado que muitas redes sociais que tentam ocupar o espaço do X. Tem hashtags, vídeos, fotos, gifs, resumo de matérias e a página de artigos e notícias é muito boa para ler. Além disso, lançou seu app Android no final de setembro. Seria a opção perfeita para qualquer pessoa se informar.
O lado ruim é que é uma plataforma voltada ao mercado norte-americano. A maioria dos veículos e celebridades são dos Estados Unidos, o site e o app estão todos em inglês e mesmo as notícias são muito focadas primeiro no estilo dos EUA e depois no resto mundo. Não tem sequer opções de outros idiomas no aplicativo.
Para uma plataforma cujo mote é ‘real people, real news, and civil conversations’ (pessoais reais, notícias reais e conversas civilizadas, na tradução livre do inglês), é preciso ampliar as fronteiras do real. Algo que pode começar com países de língua inglesa, quem sabe cruzar o Atlântico e chegar ao Reino Unido. E em um segundo momento entrar na América Latina Hispânica e Brasil.