Na opinião do CEO da Datora, Tomas Fuchs, as teles deveriam repensar seus contratos de zero rating com apps como WhatsApp, Facebook e afins. Em vez disso, esses apps é que deveriam pagar para que seus usuários os acessem de graça pelas redes móveis. Sua visão vai ao encontro daquela já apresentada por outros porta-vozes do setor de telecom brasileiro nos últimos meses, como o vice-presidente de estratégia e transformação da TIM, Renato Ciuchini, durante o MobiXD deste ano. Fuchs externou sua visão durante o painel de abertura da Futurecom, nesta terça-feira, 3, em São Paulo.
O executivo da Datora argumentou que boa parte do tráfego móvel hoje está concentrado no uso de poucos apps, principalmente aqueles oferecidos via zero rating, e que isso não é justo com os usuários que não os utilizam, como aqueles mais velhos. Ele defende que os consumidores paguem pelo seu tráfego de dados, tal como acontece com outros serviços essenciais, como água e luz.
“A rede de telecom é finita. Se as operadoras não investirem, com incentivo adequado, a capacidade não vai aumentar. E uma hora vai ter um gargalo. Se não aumentar as estradas, elas entopem e aí ninguém anda”, comparou.
Fair share
Na discussão em torno do fair share, Fuchs ponderou também sobre a operacionalização do eventual pagamento das big techs para as dezenas de milhares de ISPs. Ele entende que não será um processo fácil e que pode acabar gerando alguma distorção no mercado.