A operadora móvel virtual emnify emplacou mais um contrato de conectividade em Internet das Coisas (IoT) que entra em vigor até o final de 2023 no Brasil. Depois de fechar um contrato com a BWS IoT, uma empresa que faz rastreamento de veículos, a conectividade da MVNO alemã servirá a outra firma de IoT, mas desta vez uma rede de distribuidores.

A informação foi passada ao Mobile Time pelo diretor-geral da MVNO alemã no Brasil, Carlos Campos, sem informar o nome da empresa. A ideia é ter dezenas de milhões de equipamentos conectados em sua rede nos próximos anos.

Por enquanto, a operadora parte com a base da BWS, que possui 3 milhões de dispositivos conectados e 3 mil clientes, além de uma expectativa de 1 milhão de equipamentos conectados (com 4G ou LPWA) em 2024.

Estratégia

Criada em 2014, a emnify – um acrônimo de Embbeded Mobility – recebeu US$ 80 milhões em rodadas de investimento até 2022, o que possibilitou a sua expansão global. Um dos principais investidores é o One Peak Partners, um fundo que aposta em empresas com tecnologia de ponta e proprietária, como a Neo4J, que participou recentemente do MobiFinance com sua tecnologia de grafos.

“Somos uma scale-up”, disse Campos. “A nossa prioridade é o negócio de conectividade. Não queremos ser enabler, mas queremos focar na nossa operação e no nosso DNA de ser uma supernetwork”, completou, sem descartar a possibilidade de ser uma MVNA.

Neste ano, a MVNO alemã comprou a licença nacional de operadora virtual autorizada que antes era do banco Safra para as maquinhas de cartão do Safra Pay, a Cinco Telecom. Assim como a antiga MVNO, o parceiro de rede da emnify é a Claro. Aliás, a parceria com a operadora da América Móvil foi vital na visão do diretor-geral para implementar sua rede baseada em nuvem.

Atualmente, a empresa tem acordos com 540 operadoras ao redor do mundo para garantir conectividade global aos equipamentos e entregar aos clientes o seu conceito de “supernetwork”.

Modelo de negócio exclusivo

A tecnologia da emnify para o mercado brasileiro se baseia em um modelo de nuvem na AWS, serviços que podem ser conectados por APIs e oferta de SIMCard global multioperadora com conectividade do 2G ao 5G, além de LTE-M e NB-IoT. A companhia também oferece aos seus clientes painel para administração dos chips conectados.

Entre os segmentos que pretendem atuar está segurança eletrônica (via distribuidores e integradores), meios de pagamentos e transportes, além da rastreabilidade. Apenas em rastreabilidade, Campos vê que ainda há bastante espaço no Brasil, uma vez que apenas 5% dos 117 milhões de veículos têm rastreamento, segundo dados da Abese.

Além da oferta de SIMcard global, a emnify deve lançar um chip dedicado ao mercado de IoT brasileiro, este apenas com a Claro como operadora. A cobrança é por plano de conectividade

Futuro

Campos confirmou ainda que a emnify tem aptidão e vê potencial para entrar no segmento de redes celulares privativas (RCPs), uma vez que o SIMcard pode ser programado para ser usado exclusivamente em uma RCP. Porém, o executivo afirmou que ainda não é prioridade para a MVNO entrar neste mercado.

Imagem principal: Carlos Campos, diretor-geral da emnify no Brasil (divulgação: emnify)

 

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