Vivemos em uma era onde as novas tecnologias – inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT), big data, realidade virtual, entre outras; já fazem parte do cotidiano das empresas e, também, das pessoas. Muitas dessas inovações surgiram ou ganharam muita força após a pandemia, quando vivenciamos uma nova onda de inovação. Em termos de negócios, podemos dizer que isso foi tão forte que, se antes existia a “Terra 1.0”, depois de 2020 surgiu a “Terra 2.0”, substituindo a anterior, que realmente deixou de existir.

Mudanças tecnológicas tão avassaladoras são comumente chamadas de tsunamis digitais. Isso mesmo, ondas gigantescas, esse temido fenômeno natural que amedronta e tem alto potencial de extinguir a vida por onde passa. Porém, nos negócios, os tsunamis digitais – ou tecnológicos – podem ser muito mais previstos e controlados do que as super ondas naturais. Fazer esse monitoramento e agir antecipadamente, utilizando a própria tecnologia para tanto, se torna fundamental para a sobrevivência de uma empresa, especialmente em épocas de altíssima demanda como durante a Black Friday, maior evento do varejo mundial.

De acordo com a Neotrust, consultoria sobre dados e inteligência do e-commerce brasileiro, a Black Friday de 2022 movimentou R$ 3,1 bilhões em vendas online. As expectativas para 2023 seguem positivas no quesito intenção de compras: uma pesquisa realizada pela MField mostrou um aumento de 75,6% em compras, em comparação com 43,4% no mesmo período do ano passado. Quando questionados sobre o canal escolhido para isso, 56,7% das pessoas entrevistadas citaram lojas online; 18,6% lojas online/físicas e 3,9% pretendem fazer suas compras exclusivamente em lojas físicas.

Um outro estudo, da IDC Consultoria, mostra que estamos vivendo uma segunda onda de aceleração, tornando-se as próximas empresas do futuro (future enterprise em inglês). Ou seja, grande parte dos executivos estão tornando os negócios digitais. Trazer este cenário em pauta nos confirma o acontecimento tecnológico que se tornou o tsunami digital.

APIs como chave para uma Black Friday assertiva 

Para garantir o crescimento sólido do e-commerce, é essencial que as empresas invistam em soluções tecnológicas, considerando um ecossistema que sustenta os processos tecnológicos com integração e conectividade. A escalabilidade das operações é um exemplo de mecanismo fundamental e que evita potenciais gargalos nas vendas durante a Black Friday. Com ela, é possível diminuir os tempos de resposta, acomodar picos de tráfego e garantir uma experiência rápida e agradável para o consumidor.

Outro exemplo é a utilização de APIs (Application Programming Interfaces). Responsáveis por facilitar a automatização de processos e permitir a integração na otimização da logística, a tecnologia ainda torna o omnichannel um processo mais suave, integrando a loja e seus diversos canais digitais e físicos.

Inclusive, a adoção de modelos de integração via APIs é o que constrói a conexão com diversos marketplaces, facilitando a ampliação dos produtos e aumentando as possibilidades de vendas. Quando várias empresas varejistas se unem para vender em uma única plataforma, é preciso haver integração e gerenciamento internos eficientes para que as transações aconteçam. Para isso, é necessário que o time entenda que as APIs podem ser – e são – uma eficiente solução.

Pensar em estratégias de APIs permite às empresas explorarem novos modelos de negócio, se prepararem para a possibilidade de novos cenários econômicos no mercado, além de criar bases concretas para novas experiências digitais, oferecendo ao clientes por exemplo, soluções com inteligência artificial, chatbots, integração com serviços de entrega, entre outros.

Para enfrentar os tsunamis digitais, precisamos ter, pelo menos, cinco prioridades: definição das APIs-chave, simulação e otimização com testes de stress e as capacitações do ambiente, lapidar o time que irá acompanhar toda essa infraestrutura, monitorar o ambiente e, por fim, consolidar os resultados obtidos neste período.

Da mesma forma que grandes ondas invadem áreas litorâneas, os tsunamis digitais chegam intensos e podem ser avassaladores. Mas, assim como já é possível prever os desastres naturais e se preparar para eles da melhor forma, no mundo dos negócios é possível  mudar práticas empresariais, de forma a obter uma melhor resposta e não se “afogar”. Monitorar, antecipar necessidades e estar sempre atentos às novas tecnologias, tanto as que já despontam no horizonte como as que ainda estão por vir.

Estar sempre de olhos atentos é essencial. Não há mais espaço para desatenção, especialmente em momentos como a Black Friday. Se estamos na “Terra 2.0”, a tecnologia é a chave para o sucesso – ou a onda que vai te afogar.

 

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