A NEC desenvolveu uma solução para captura da impressão digital de recém-nascidos. Este é hoje um dos maiores desafios para a identificação de bebês, pois seus dedos são muito pequenos e a pele muito sensível, o que dificulta a captura desses dados biométricos com os equipamentos tradicionais.
A solução se chama “Smartscan neonatal” e utiliza um hardware desenhado pela startup norte-americana Synolo especialmente para essa função. Trata-se de um scanner com cinco entradas para diferentes tamanhos de dedos, servindo para a captura da biometria desde um recém-nascido até um jovem adulto. Basta posicionar o dedo da criança na entrada adequada e apertar um gatilho para que a imagem da sua impressão digital seja capturada. Ao contrário de outros equipamentos, no SmartScan Neonatal não há contato, ou seja, o dedo não encosta em um vidro.
Além disso, a qualidade da imagem é analisada em tempo real e, se necessário, é solicitado que o procedimento seja refeito. E se por acaso o técnico que estiver manuseando o scanner repetir a captura do mesmo dedo por engano, o software também alerta.
O desenho da digital de recém-nascidos é muito menor que o de um adulto e, por isso, exige uma resolução de imagem maior. Enquanto os equipamentos tradicionais trabalham com uma resolução de 500 DPI, o SmartScan Neonatal opera com 3.000 DPI. As imagens capturadas são tratadas depois por um software com inteligência artificial criado pela NEC e convertidas para 500 DPI e para o tamanho de impressões digitais de adultos dentro do padrão internacional AFIS. Desta forma, as digitais de recém-nascidos registradas com esse novo equipamento servem para identificá-los pelo resto da vida, mesmo depois que virarem adultos, porque embora os dedos cresçam, o padrão do desenho da digital não muda. A conversão também permite que as imagens registradas sejam lidas por outras soluções dentro do padrão AFIS.
Brasil
A NEC está conversando com o governo federal e com diversos governos estaduais para oferecer a solução. Um teste piloto deve começar ainda em dezembro em um estado da região Sudeste.
“Seria bom ter isso em hospitais, pontos de fronteira e aeroportos para evitar sequestros de crianças. A ideia do produto é combater o crime e evitar a troca de bebês na maternidade”, explica Adriano Finamore, head de identificação digital da NEC no Brasil, em conversa com Mobile Time.