A Getnet vê a jornada do WhatsApp Pay do comerciante ao consumidor final (P2M) caminhando para um fluxo similar ao e-commerce. Em conversa recente com Mobile Time, Daniel Tafelli, superintendente executivo de produtos da adquirente, afirmou que o cronograma trabalhado pelo mercado financeiro com a Meta é para “convergir as funcionalidades do e-commerce ao app de mensageria”.
Recentemente, a companhia lançou o pagamento parcelado no WhatsApp Pay que pode ser encarado como mais uma etapa para a frente de pagamentos ficar mais próxima do e-commerce.
Segundo Tafelli, essa nova forma de transação é “basicamente a mesma” que a adquirente oferece para o comércio eletrônico. Ou seja, um parcelamento normal junto ao emissor do cartão – conhecido como ‘parcelado lojista’ – que permite pagamento de transações em 12 vezes sem juros no cartão de crédito dentro do limite da tarjeta do consumidor.
Embora não seja nova no comércio, o superintendente explica que a solução de pagamento parcelado traz duas vantagens:
- Dar ao lojista a opção de fechar a compra dentro do mensageiro;
- Com isso, o comerciante não precisa mais enviar o link de pagamento.
Tafelli explicou que a sua companhia e o segmento de pagamentos acreditam que o WhatsApp Pay é “um veículo para penetração na base do varejo” e trazer os comerciantes de rua para o e-commerce. Por outro lado, há um trabalho de educação junto ao usuário para incluir as credenciais de cartões dentro do aplicativo.
“Isso (educação) é um trabalho nosso, da indústria de pagamentos, e do WhatsApp. Mostrar os fluxos de segurança do app para que as pessoas se sintam confortáveis. A partir disso, o WhatsApp pode ser uma das principais ferramentas para o varejo”, completou o executivo da Getnet.
Aprendizados
Operando com o WhatsApp Pay P2M há alguns meses, Taffeli explicou que o serviço tem mais aderência com profissionais liberais (pessoas físicas), MEIs e empresas de pequeno e médio portes, como por exemplo:
- Pequenas vendas de roupas, marmitas e profissionais de esportes (personal trainers) em MEIs e PFs;
- Vestuários e restaurantes com infraestrutura própria de entrega no segmento das médias empresas.
Com a chegada do parcelado, a expectativa da Getnet é que o tíquete médio dos pagamentos via mensageiro aumente. Atualmente, o tíquete está entre R$ 60 e R$ 70 no WhatsApp, mas o e-commerce opera com uma base de R$ 200.
O superintendente da adquirente explicou ainda que talvez o parcelado seja a última barreira ultrapassada pelo WhatsApp para começar a trazer grandes empresas ao seu serviço de pagamentos. Mas ressaltou que isso depende da Meta.
Depois do ‘parcelado lojista’, Tafelli afirmou que o próximo passo é o pagamento com recorrência no WhatsApp.
Crescimento
Além do WhatsApp, a Getnet está apostando no seu programa de parcerias com R$ 10 bilhões de faturamento em 2024. Batizado como Getnet Conecta, a iniciativa que integra a adquirente com parceiros em segmentos como indústrias, empresas de automação comercial e e-commerces mais que dobrou (180%) em transações entre 2022 e 2023.
Atualmente, o programa tem 70 parceiros. A expectativa é que esse número dobre até o final de 2024.
Imagem principal: Daniel Tafelli, superintendente executivo de produtos da Getnet (crédito: Getnet)