Desde que a internet surgiu já foram muitas as métricas que a gente usou para definir se determinada marca ou determinado projeto tinha ou não sucesso. Já foi quantidade, qualidade, um mix dos dois…várias siglas surgiram no meio do caminho: CLV, LTV, CPA, SAC, MAU, CLV/SAC e por aí vai!

A verdade é que os negócios digitais mudam cada vez mais rápido, mas uma linha mestra tem conduzido ao longo de todos esses anos marcas e negócios bem sucedidos e duradouros: engajamento. Também definido como “o tempo que determinada pessoa passa em contato com seu serviço ou produto”. 

Na verdade é uma métrica bem óbvia: se tem muita gente passando muito tempo em contato com sua marca, provavelmente ela está entregando algo de valor. Fazer um app é algo cada vez mais fácil, conteúdos (sem levar em consideração sua relevância) são cada vez mais abundantes…mas de que adianta um aquário vazio? Sabe aquela sensação de restaurante sem ninguém? Pois é…é isso que acontece quando uma marca não tem engajamento, não tem uso: um grande restaurante vazio, sem ninguém sentado, tocando uma música triste e com garçons olhando pro teto.

Por isso, cada vez mais é importante que a métrica farol de um negócio digital seja seu engajamento, o tempo e a quantidade de interação de seus clientes e usuários com o que você oferece. Se você é um decisor de compra, ouso dizer que isso deveria ser um dos principais indicadores para sua tomada de decisão.

Quando falamos de consumo de conteúdo, por exemplo, a internet mudou radicalmente duas mecânicas: a proximidade e a criação. Para falar da primeira, todo mundo hoje se sente muito mais próximo e tem – realmente – muito mais pontos de contato com os criadores de conteúdo do que jamais teve. Você pode mandar uma DM no Instagram, enviar uma pergunta em um podcast, dentre muitos outros pontos de contato.  

Quando falamos do segundo ponto, é ainda mais óbvio: a internet tirou barreiras de criação e publicação de conteúdos que fizeram o mundo ficar inundado de histórias, quer você ache elas boas ou não. Gravar um vídeo requer só um celular e uma conta no Youtube ou em alguma rede social (sem nem falar do Sora da OpenAI lançado essa semana), publicar uma música requer só um instrumento, um microfone – que pode ser o do celular – e uma conta em uma agregadora e escrever e publicar um livro não exige mais do que acesso à internet e um editor de textos (como esse do Google Drive que uso agora pra escrever). 

Mas o fato é que existe um terceiro elemento, impulsionador do engajamento, que vem transformando não só o consumo do conteúdo, mas a sua criação e a influência que quem consome tem sobre quem cria: comunidade.

Essa palavra não é desconhecida de ninguém, mas talvez o uso que vou dar a ela aqui não seja tão familiar a todos. Quando falamos de comunidade aqui, estamos falando de um grupo de usuários que se utiliza de alguma ferramenta para criar, consumir e conversar sobre determinado conteúdo.

Vou começar por um exemplo da podosfera. Imagina que você tem seu podcast, com episódios semanais e encontrou seu público, aquela galera que é fiel e ouve seus episódios todas as terças-feiras. Aí você começa a receber mensagens de que essa galera queria poder falar mais com você, conversar mais sobre o assunto da semana, saber mais do entrevistado. Eis que você cria um clube fechado, cobrando R$ 10,00 por mês para dar acesso exclusivo a três coisas para seus fãs: um grupo fechado para conversar sobre os assuntos dos episódios, o episódio sem cortes (mais conteúdo, mais assunto) e ainda, para gerar um ar de exclusividade o episódio da próxima semana antes da publicação para todo mundo. Você faz isso, e de repente tem 1.000 assinantes pagando R$ 10,00 por mês (1.000 ouvintes fiéis para um podcast estabelecido não é nada) e pronto! Você criou uma comunidade ao redor do seu universo (que claro, precisa ser nutrida e cuidada) que te gera R$ 10.000,00 por mês em receita adicional, além do que você ganha com advertising no seu podcast, entre outras receitas possíveis. Conheço pelo menos uma dezena de podcasters que tem essa mecânica que descrevi aí em cima.

Agora vamos para o mundo do livro: você é uma autora de romance hot, começa a publicar seus livros em uma plataforma, cria uma base de fãs que são leitores dos seus livros, começa a gerar uma receita. Esses fãs pedem mais conteúdo e você cria também uma comunidade fechada, dessa vez não cobra, mas a galera compra os livros, fala sobre eles e você cria uma relação onde todo livro novo, além de você consultá-los para escolha do nome de personagens, votação de capas e outras coisas, você sabe que eles vão comprar seu novo título assim que lançá-lo. Isso chama a atenção de uma editora grande, que procura não só bons conteúdos, mas comunidades prontas a comprar o que ela editar (e investir). Vocês lançam esse título, ele é comprado e replicado por esses fãs e com isso você vira assunto na internet. Aí uma plataforma de streaming te enxerga e compra os direitos para fazer um filme do livro. Boom! Mais um estouro. Nesse caso também conheço quem tenha seguido essa fórmula e tido sucesso, algumas pessoas inclusive ?

Quer um terceiro caso? Esse eu vou dar nome: Reese Witherspoon. Talvez você conheça ela de Legalmente Loira, Big Little Lies, ou como eu, é um fã apaixonado por The Morning Show (que ela atua e produz). Pois bem, Reese entendeu faz tempo o poder da comunidade em conteúdo e criou um clube do livro, que tem hoje mais de 2,5 milhões de inscritos. Sabe o que ela faz? Sugere o título, sente a aderência nesse clube e, quando um título é muito lido, comentado e desejado, ela vai lá e compra os direitos para produzir o filme ou a série. Claro, não é tão simples assim, tem muito estudo, números, advogados e dinheiro envolvidos, mas tudo tem em sua essência a comunidade!

E para fazer um jabá rápido, aqui no Skeelo lançamos ano passado recursos de gamificação no app. Ou seja, quanto mais você lê, mais nozes (a moeda do nosso esquilo) você ganha e com isso troca por outros livros sem pagar nada. Tudo isso baseado na comunidade de leitores que todos os dias formamos e fomentamos. Resultado? No primeiro mês já aumentamos a retenção de leitores no app em 12% e já tivemos mais de 13 mil livros resgatados. Outro exemplo, nossa maratona de Halloween em Outubro passado, chamada de Skeeloween, que reuniu três creators do mundo do livro para leituras coletivas no app, bateu recordes de leituras no app. Tudo isso você pode conferir acessando nossas redes sociais e nosso app ?

Ou seja, negócios digitais são cada vez mais sobre você criar uma comunidade e reforçar o engajamento, o que consequentemente vai te trazer maior receita, lealdade de clientes, diminuir seu churn e aumentar o seu valor como produto, serviço e marca!

Lembre-se, engajamento (deveria) ser uma das, senão a principal, lente com a qual você analisa e decide o que colocar pra dentro e manter no seu negócio ?

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!